Um tribunal de recurso de Nova Iorque restabeleceu esta sexta-feira a ordem de silêncio contra o ex-Presidente Donald Trump, que em meados de novembro tinha sido suspensa por um juiz, no caso de fraude que decorre nesta cidade desde outubro.

Esta ordem tinha sido imposta a Trump em outubro, depois de o magnata republicano ter recorrido às redes sociais para atacar a assistente do juiz que preside ao julgamento, Arthur Engoron.

Trump também falou sobre o caso nos corredores do tribunal e estas ações que custaram-lhe 15 mil dólares (cerca de 13 mil euros) de multa.

Os advogados de Trump contestaram a ordem e, em 16 de novembro, um juiz do tribunal intermediário de recurso, David Friedman, suspendeu a ordem de silêncio, levantando preocupações de que violava os direitos de liberdade de expressão.

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A ordem de silêncio restabelecida também se aplica aos advogados de Trump.

Na decisão de hoje, os quatro juízes da divisão de recurso do estado rejeitaram os argumentos do ex-Presidente, de que a ordem que o proibia de atacar a secretária jurídica do juiz era inconstitucional, de acordo com a estação NBC.

Os juízes indicaram também que a ordem de silêncio é necessária devido à ‘enxurrada’ de ameaças que foram recebidas contra a assistente do juiz, depois de Trump a ter criticado nas redes sociais.

Após a decisão de hoje, o juiz Engoron indicou que pretende fazer cumprir as ordens de silêncio “rigorosamente e vigorosamente”.

Em 17 de dezembro, a defesa do ex-Presidente instou o juiz Arthur Engoron a parar o caso com efeitos imediatos, argumentando que tinha prejudicado irremediavelmente o direito do republicano a um julgamento justo por “desvios surpreendentes dos padrões normais de imparcialidade”.

Os advogados citaram as decisões contra o seu cliente, o proeminente papel do oficial de justiça chefe, as doações políticas do funcionário judicial e a partilha de artigos sobre o caso pelo juiz, com antigos colegas da escola secundária.

“O meu oficial de justiça principal não faz sentenças nem emite ordens, eu sim”, escreveu Engoron, acrescentando: “as minhas sentenças são minhas e apenas minhas”.

O processo desencadeado pela procuradora-geral Letitia James alega que Trump, a sua empresa e executivos de topo inflacionaram a sua fortuna em milhares de milhões de dólares nas suas declarações financeiras, entregues a bancos, seguradoras e outras entidades para garantir empréstimos e concretizar negócios.

Trump e os outros arguidos declararam-se inocentes.

O magnata, favorito à nomeação presidencial de 2024 no Partido Republicano, vem desde há muito a queixar-se da procuradora-geral, do juiz do processo e da sua oficial de justiça principal, Allison Greenfield, todos do Partido Democrata.