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Desde 7 de outubro, dia em que o Hamas atacou Israel, foram executadas no Irão 127 pessoas. Neste número estão incluídas crianças e mulheres, revelam os dados do Iran Human Rights (IHR) e da organização Hengaw, citados pelo jornal The Guardian. E o número de execuções começou a aumentar desde o início de outubro — só na passada quarta-feira foram executadas sete pessoas em apenas 24 horas.

Do lado das instituições de defesa dos direitos humanos surge a explicação de que o Irão — país onde é aplicada a pena de morte — tem aproveitado o conflito israelo-palestiniano para executar mais pessoas. “Desde o início da guerra, tem existido pouca atenção à questão dos direitos humanos no Irão”, explicou Mahmood Amiry-Moghaddam, do IHR. Comparando os números dos últimos dois meses — novembro e outubro — com os meses de agosto e setembro, verifica-se um aumento exponencial, que se traduz no dobro das execuções, acrescentou este membro do IHR.

Ainda de acordo com o IHR, entre janeiro e novembro deste ano, morreram mais de 700 pessoas, condenadas à pena de morte — quase 400 foram condenadas à morte por acusações relacionadas com tráfico e consumo de droga. Entre estas mais de 700 vítimas, contam-se 17 mulheres, seis manifestantes e uma criança.

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Execuções por pena de morte com maior aumento em 5 anos

Do lado da Organização das Nações Unidas (ONU) têm chegado vários avisos e votos de condenação. Em maio deste ano, Volker Turk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, referiu-se às execuções como uma situação “abominável” e considerou que o Irão estava a fazer o mesmo caminho que no ano anterior, em que atingiu 580 execuções. “Vai ser atingido um dos números mais elevados relativos à aplicação da pena de morte no Irão desde 2015”, em que foram registadas 972 mortes.

O Irão é o segundo país onde mais pessoas são executadas depois de condenadas. De acordo com a Amnistia Internacional, em primeiro lugar está a China, em terceiro está a Arábia Saudita, depois o Egito e os Estados Unidos.