O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, utilizou a sua conta de Facebook para devolver a crítica de “fraca qualidade moral” que Cavaco Silva fez aos ministros e governação socialistas dos últimos anos.

“Fingir que não se sabe que o argumento da ausência de contas certas foi usado para cortar salários, pensões, prestações sociais, fazer um enorme aumento de impostos e diminuir o Estado Social, degradando a Escola Pública e o SNS, com números históricos de emigração (360 mil entre 2013 e 2015 – ver Pordata). Tudo porque as contas não batiam certo”, escreveu o socialista. E acrescentou: “Quem vive do seu salário e da sua pensão sabe bem qual é a ‘armadilha’.”

No artigo publicado esta segunda-feira no Público, o antigo Presidente da República defende que o discurso orçamental em torno do mantra das “contas certas” serviu para o PS “desviar a atenção dos órgãos de comunicação social e dos analistas e cronistas políticos dos graves problemas do país, que são da sua inteira responsabilidade, e condicionar a atitude dos agentes do espaço político em relação ao debate do Orçamento”. Essa “armadilha”, como a define Cavaco Silva, serviu também para tentar “esconder a incompetência e a baixa qualidade moral de alguns ministros”.

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“Contas certas.” Cavaco Silva ataca “armadilha” do PS para esconder “graves problemas do país” e “baixa qualidade moral” de ministros

Cavaco recorda como, durante a discussão do Orçamento do Estado para 2023, a defesa do princípio das “contas certas” marcou todo o processo. “É assim normal”, escreve o antigo Chefe de Estado, “que os cidadãos não especialistas na matéria tenham colhido a ideia de que ‘contas certas’ é um objetivo primordial da política orçamental. Tratou-se, no entanto, de uma armadilha do poder socialista para iludir os portugueses, em que caíram vários agentes do espaço político e mediático bem-intencionados”.