O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro (CDU), desvalorizou, esta terça-feira, a exclusão da solução Rio Frio-Poceirão, naquele concelho, e afirmou-se satisfeito com a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI) de construção do novo aeroporto em Alcochete.
“A Câmara de Palmela sempre foi favorável, desde há muitos anos, à construção faseada de um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), primeiramente numa solução dual, com o aeroporto Humberto Delgado e Alcochete, até que seja possível abrir Alcochete como único aeroporto intercontinental de Lisboa, com duas pistas”, disse à agência Lusa o autarca.
Álvaro Amaro recordou que, em 2010, os municípios daquela zona já tinham “os seus planos diretores municipais e o próprio Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (AML), que não foi aprovado com a saída de José Sócrates, em que se apontava para uma plataforma logística com uma rede de alta velocidade em conectividade e com um aeroporto na zona do CTA”.
Para o autarca de Palmela, no distrito de Setúbal, a construção do aeroporto em Alcochete é a solução mais estudada nos últimos anos, pelo que considera não haver mais tempo a perder na tomada de decisão por parte do poder político.
A Comissão Técnica Independente identificou Alcochete como a solução com mais vantagens para a construção do novo aeroporto e a manutenção de um `hub´ (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental.
De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.
Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como ‘hub’ foram classificadas como “inviáveis para um ‘hub’ intercontinental”, por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras “devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea”. Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único “não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)”, apontou a CTI.
O relatório entrará em consulta pública durante 30 dias úteis, prazo findo o qual a CTI, após avaliar “a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos fatores críticos para a decisão”, fará então o relatório final. Com a elaboração deste relatório final ficará concluído o mandato da CTI.