À terceira edição, uma morada que abre portas no terceiro andar de um prédio pombalino. No coração da Baixa de Lisboa, no 61 da Rua de Santa Justa, a Casa Aberta volta a encher-se de um recheio 100% português. Do mobiliário à decoração, entre frescos e azulejos que deram o tom para mais este projeto Santo Infante, o resultado é um showroom com vida, um projeto de design contemporâneo em assoalhadas nobres e com história, cujos pormenores delicados lançaram alguns desafios extra.

“Este ano o projeto é um bocadinho diferente, não só pelas cores e pelos materiais, como também pela utilização do espaço, a casa pedia que a deixássemos respirar e a nossa ideia é sempre mostrar espaços diferentes. Para podermos mostrar que, sim, é possível fazer uma casa 100% em português e completamente diferente”, conta Paz Braga, co-fundadora do atelier de interiores e loja, que trabalha com mais de 10o marcas made in Portugal. “Esta casa é de uma família que viveu aqui muitos anos e está agora à venda. Tínhamos limitações para intervir no espaço mas ficou com ar habitável. É preciso mostrar que uma casa normal pode existir num ambiente destes, numa casa com estas características. Continua a ser uma casa real para pessoas reais“.

Uma sala, um quarto de casal, um closet, o quarto de bebé, escritório e sala de refeições, são as áreas de intervenção prioritárias. Como habitual, depois das passagens pela zona de Santos e do Príncipe Real, para esta edição o Santo Infante desenhou seis peças de raiz, produzidas em parcerias com seis marcas nacionais. “A Casa Aberta costuma ser um projeto ao contrário. Vejo o que as marcas têm disponível e tento fazer um projeto. Aqui há um meio termo, foi feito isso mas também seguimos o caminho do que é fazer mesmo um projeto de interiores. Queremos mostrar esse trabalho que fazemos, porque cada vez nos pedem projetos 100% em português. Assim fica mais fácil explicar. Como fazemos, que marcas podem ser desafiadas para fazer à medida, e muitas fazem-nos e adoram ser desafiadas para isso”.

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“Tudo o que é preciso para decorar uma casa”. O Santo Infante é um ponto de encontro para meia centena de marcas portuguesas

Na sala, destaque para o sofá verde à medida e para a cama de casal da arquiteta Rita Bessa; para a chaise-longue, banqueta e banco corrido com assinatura da Interiores Perfeitos. Palco também para uma série de outras peças criadas de propósito para este momento expositivo que convida também às compras — uma vez que tudo pode ser levado para casa. Há duas novas criações de Patrícia Lobo (incluindo uma peça de parede que tem luz por trás, na sala). Já a Azure, mostra o início de uma nova fase na sua arte, com um conjunto de peças que se ajustam a diferentes disposições, qual totem, e ainda através de um quadro que explora os têxteis. “É interessante assistir aos experimentos, aos caminhos diferentes que cada um vai seguindo.”, descreve Paz. Nas cerâmicas, contributos da Pássaro de Seda, e de Cristina Pais Dias, com peças diferentes espalhadas pelo apartamento.

No quarto de casal, as honras vão para uma cabeceira que tanto se integra no espaço como mantém o seu impacto e imponência. Também aqui os tons continuaram a ditar a aproximação ao projeto, seguindo o fio dos frescos, mais um tapete Sugo Cork e a Olaio com a sua nova black cork nas cadeiras.

Paredes meias, no closet, um novo desenho de autocolantes de parede, num piscar de olhos aos azulejos do espaço, com o dedo da CrockiDesigns, que vai além do seu habitual universo infantil. Por aqui ainda, um recanto do it yourself, reaproveitando um roupeiro Ikea com uma moldura e tecido. Da mesma dona da Interiores Perfeitos, com os seus puffs para exteriores, um modelo adaptado a este contexto, com tecido de interior. Também um banco da Hatt que pode ser utilizado de formas variadas, e um candeeiro de pé de Rita Bessa, uma peça escultórica verde.

Somem-se as almofadas da Burel, o aparador Mor Design, ou o tapete à medida a partir da paleta de cores da Sugo Cork, outra das pedras de toque na sala. “Estes tapetes podem ser tudo ou nada, muito simples ou muito elaborados. Estávamos com medo por causa do azulejos e fomos para um padrão mais simples. Fomos buscar cores que estavam nos azulejos mas depois procurámos também o contraste.”

Na área de refeições, vale a pena apreciar o peculiar trabalho com a madeira feito pela re.SK8 na mesa da refeições, junto à cozinha, mais uma vez feita por medida. A nova técnica de Francisco Varela usa o skate para preencher as fendas e celebrar as irregularidades de cada peça. Por cima, um candeeiro Patrícia Lobo cuja luz é regulável com aplicação. “É uma detalhista, faz tudo ao pormenor, desde o cabo para pendurar no teto”. A completar, o set de cadeiras da Olaio.

No escritório, de novo a histórica Olaio, presente na Casa Aberta desde a primeira edição, as estantes da Hatt, a UTULamps, a MB Objets com um candeeiro escultórico, e mais um assento junto à janela feito à medida com a Interiores Perfeitos.

No quarto de criança, tentam incorporar peças de artesanato puro, como um berço em vime, criado pela Butiah para o apartamento, a que se junta a cadeira, e ainda um candeeiro Art Natura e quadros da D’Enfiada.

À semelhança das edições anteriores também decorre na Casa Aberta uma pequena loja, com sugestões de presentes. É na cozinha, onde pode espreitar mais um aparador Hatt, que funciona a pequena pop up natalícia.

Na agenda não faltam ainda as conversas sobre design, arquitetura e sustentabilidade, bem como pequenos eventos que se juntam à programação. Esta quarta-feira, 13 de dezembro, pode juntar-se à conversa sobre cor com Susan Fischer, da Unbox Color; no dia seguinte a Feltrando apresenta a sua linha RAW NATURA  Collection e organiza um workshop. Já no dia 17 de dezembro é lançada a marca Movendo.

A Casa Aberta pode ser visitada de quarta a domingo, das 10h às 19h, até dia 23 de dezembro. A entrada é gratuita.