As limitações na rede hospitalar teriam supostamente levado a que uma criança tivesse de viajar de Guimarães para Lisboa para ser atendida esta segunda-feira nas urgências. A agência Lusa, citando fonte do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), informou que a criança tinha sido submetida a uma cirurgia no Hospital D. Estefânia.

O Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, negou entretanto a transferência de uma criança para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, para ser sujeita a uma intervenção cirúrgica.

Os serviços de Urgência de Pediatria e de Neonatologia deste Hospital encontram-se a funcionar normalmente, sem qualquer constrangimento”, refere em comunicado o Hospital Senhora da Oliveira, depois de fonte oficial do CHULC ter adiantado à Lusa que tinha sido recebida no hospital D. Estefânia “uma criança em urgência para cirurgia pediátrica vinda do Hospital de Guimarães” devido às limitações nos serviços dos hospitais.

O conselho de administração do CHULC retificou a informação inicial e esclareceu entretanto à Lusa que a criança em causa tem problemas do foro respiratório e necessitava de cuidados intensivos pediátricos especificos, tendo sido recebida na sexta-feira, e não esta segunda, depois de um contacto da pediatria médica do hospital de Guimarães com o Hospital D. Estefânia.

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A criança, do sexo masculino, ainda se encontra internada e “regressará à origem quando as condições o permitirem”, referiu o conselho de administração do CHULC.

Teria sido cerca das 17h00 desta segunda-feira que o hospital pediátrico D. Estefânia, que faz parte do CHULC, havia recebido “uma criança em urgência para cirurgia pediátrica vinda do Hospital de Guimarães”, segundo a mesma fonte, realçando ser “o caso mais elucidativo” das limitações e do fecho de serviços por falta de médicos para assegurarem as escalas.

O Hospital D. Estefânia está a receber uma média de 300 doentes por dia no serviço de urgência, tendo atingido 378 episódios de urgência no dia 13 de novembro, o que, segundo a mesma fonte, representa uma situação “muito complicada”.

No domingo, o serviço de urgência do hospital D. Estefânia atendeu 288 casos (mais 47 comparativamente ao dia 10 de dezembro de 2022), no sábado 296 casos (mais 55) e na sexta-feira (mais 62).

Esta situação deve-se ao encerramento de várias urgências em torno do hospital, uma situação que afeta esta semana 33 serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde.

Trinta e três serviços de urgência com limitações na próxima semana

Durante esta semana, segundo a Direção Executiva do SNS, 33 serviços de urgência em todo o país vão estar a funcionar com limitações. Segundo o novo plano de reorganização da rede dos serviços de urgência do SNS, entre 10 e 17 de dezembro estarão 50 unidades a funcionar em pleno dos 83 pontos em todo o país.

O plano indica que as especialidades com mais constrangimentos nas urgências são cirurgia geral, pediatria, ortopedia e ginecologia e obstetrícia, mas há quatro hospitais que apresentam, em alguns dias, limitações nas urgências da Via Verde AVC, nomeadamente Viana do Castelo, Guarda, Santarém e Garcia de Orta, em Almada.

*Notícia atualizada às 23h30 com a reação do Hospital de Guimarães e a retificação do CHULC.