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Costa baixa fasquia eleitoral a Pedro Nuno e promete não ser sombra. Novo líder quer "inovar" no PS

Este artigo tem mais de 1 ano

António Costa sai a avisar que deixa "bom ponto de partida" ao PS, ao mesmo tempo tempo que diz que "nenhum líder está obrigado a ganhar eleições”. Pedro Nuno entra sem ruturas e ambos atiram a PSD.

Na manhã seguinte ás diretas, os dois entraram juntos na sede nacional do PS.
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Na manhã seguinte ás diretas, os dois entraram juntos na sede nacional do PS.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Na manhã seguinte ás diretas, os dois entraram juntos na sede nacional do PS.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Baixou o pano para António Costa no Largo do Rato, de onde saiu este domingo depois de uma reunião de hora e meia com o seu sucessor e a prometer que não será uma sombra sobre a liderança de Pedro Nuno Santos. Preferiu, por agora, disponibilizar-se para tudo o que o PS entender no futuro e pôr já mãos à obra a explorar a instabilidade do PSD. Na subida do pano estava Pedro Nuno, depois de Costa e à porta da mesma sede,  que entra com tiros ao mesmo alvo.

“Não sou o líder do PS que a direita gostava de ter”, atirou o novo líder sobre as críticas que chegaram do PSD, via Hugo Soares, de que este parece um líder acabado de sair das eleições “à associação de estudantes”. Pedro Nuno Santos não vai mais longe do que isto no contra-ataque, acrescentando apenas que o que seria “estranho” era que o PSD gostasse de ouvir o que o novo líder do PS tem para dizer.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Já o líder que está de saída recorreu a uma contabilização deixada pelo seu sucessor na noite anterior sobre o número de líderes de cada um dos partidos. Ele é o nono do PS, Luís Montenegro é o 19º do PSD. “O PS está muito mais unido depois destas eleições do que o PSD com vários anos de liderança de Luís Montenegro”, conclui depois de recordar essa mesma contagem.

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De Pedro Nuno destacou a “grande experiência política”, quer como dirigente partidário quer como governante. E afirmou, depois de também ter ouvido José Luís Carneiro, que há motivos para acreditar na unidade. Aliás, lembra Costa, essa é mesmo “uma tradição” do partido que “sai unido na pluralidade” destas disputas internas.

Continua a não querer dizer em quem votou, mantendo a sua postura de neutralidade. Mas assume que ouviu o discurso de vitória de Pedro Nuno Santos e que o seu sucessor mostrou que “tem consciência das prioridades no país”. Também prometeu que também não estará cá para “assombrar ninguém para que não faça diferente” do que fez nestes oito anos. Aqui recorreu mesmo a Pedro Santana Lopes e a um clássico da antologia política para dizer que não tenciona “andar por aí a assombrar quem quer que seja”.

E até tira peso de cima de Pedro Nuno Santos, quanto a fasquias eleitorais, embora o avise que, também nessa matéria, deixa as contas em ordem. “Nenhum líder do PS está obrigado a ganhar eleições nenhuma”, respondeu aos jornalistas à porta da sede do Rato. embora tivesse lembrado que o PS parte “com sondagens” que o colocam “num bom ponto de partida”. A Pedro Nuno só dá o benefício, porque “não se pode pedir a ninguém que em três meses faça o que outros fizeram vários anos” de oposição.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Mesmo assim vê vantagens em Pedro Nuno e não só quanto à parte da “experiência governativa” que repete reconhecer-lhe. Também teve “o distanciamento de, ao longo deste ano, não ter feito parte do Governo”. Conclui mesmo ter “a certeza” que “com esta nova energia e este novo impulso o PS vai fazer mais e melhor”.

A expressão que serviu a Pedro Nuno para fazer o compromisso entre o legado de Costa e o seu futuro, é repetida pelo novo líder que promete vir para isso mesmo: “Dar um novo impulso”. “Sem ruturas”, garantiu ao mesmo tempo que limitou essa continuidade às políticas de governação. Porque no partido, a ordem é para inovar.

Ouça aqui o episódio do podcast “A História do Dia” sobre a vitória de Pedro Nuno Santos.

Pedro Nuno Santos vai (con)vencer o país?

Questionado sobre o PS e se é preciso mudar alguma coisa no partido, Pedro Nuno Santos assumiu claramente que sim. “É normal que no atual contexto haja alterações no partido e na sua organização”, disse aos jornalistas pouco depois de António Costa já ter saído. “Não há uma rutura, mas há também uma mudança e tem de haver inovação na forma como nos organizamos e intervimos publicamente”, acrescentou ainda.

Recusou-se a entrar no futuro de António Costa, atribuindo-lhe futuros cargos políticos. Disse apenas que “dará sempre contributo ao país, consoante as funções que ocupar” e que seja para onde for “terá o PS ao seu lado”, esperando poder contar com o seu contributo seja de que forma for — garantiu que procurará, pelo menos, o seu aconselhamento. Costa tinha saído, poucos minutos antes, a colocar-se “ao dispor para o que for útil para o futuro do PS”. Seja mais ou menos próximo.

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