Há muito que a Porsche, para incrementar o seu volume de vendas, passou de um fabricante de coupés desportivos, ágeis e divertidos de conduzir, para um construtor maioritariamente de SUV, veículos mais pesados e volumosos, com o Macan e o Cayenne a figurarem como os modelos mais vendidos da marca, superando os coupés e as berlinas. E, entre os dois modelos capazes de circular com mais à-vontade em estradas de terra, é o Macan que lidera folgadamente as vendas, sendo este que foi banido do mercado europeu.

De acordo com a Automobile News, o que fez o legislador europeu proibir as vendas do Macan está relacionado com a cibersegurança ou, mais precisamente, a falta dela. Os veículos à venda nos 27 países da União Europeia têm de cumprir um determinado nível de protecção exigido por Bruxelas contra ataques de hackers, que possam colocar em risco os veículos e os seus ocupantes, bem como os outros automóveis com quem partilham a via pública. E o actual Macan, que chegou ao mercado em 2014 e desde então foi alvo de dois restylings, não cumpre as normas que vão ser tornadas obrigatórias a partir de Junho de 2024.

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Ao Automobilwoche, um porta-voz da Porsche confirmou que as vendas do Macan vão encerrar na Primavera de 2024, justificando que as alterações necessárias para respeitar as normas de cibersegurança seriam muito complexas e implicariam um investimento muito elevado. O problema é sobretudo uma questão de software e esta é uma das maiores fragilidades da Porsche, uma vez que é igualmente este o motivo que justificou cerca de seis meses de atraso para alguns modelos, como o próximo Macan eléctrico, que por isso só surgirá em 2024.

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Apesar de estar a desenvolver o Macan exclusivamente a bateria para acompanhar o também eléctrico Taycan, a Porsche estava decidida a continuar a vender o actual Macan por mais uns anos, para os clientes que preferem SUV a gasolina. De recordar que o modelo monta nas versões mais acessíveis o quatro cilindros similar ao que a VW utiliza no Golf GTI, para as versões mais potentes recorrerem ao 2.9 V6 que podemos ver no Q5, com o qual o Porsche partilha a plataforma. Para ter a certeza que a Porsche vai respeitar a limitação à comercialização imposta pela União Europeia, esta aplicará uma penalização de 30.000€ por unidade vendida não conforme com a regulamentação de cibersegurança.