O líder do PS diz que tem “muita vontade” de debater com Luís Montenegro e André Ventura. Em entrevista à SIC, Pedro Nuno Santos continua a acenar com o papão do Chega ao dizer que não vai deixar de referir ao longo da campanha que “um entendimento entre o PSD e o Chega é uma coisa muito mais real do que aquilo que o líder do PSD tende a querer fazer crer”. O secretário-geral socialista diz mesmo que “o Chega é um problema para a nossa democracia“.

Apesar de Luís Montenegro já ter dito que não fará qualquer acordo com o Chega e de nem sequer ser o líder do PSD quando foi firmado o acordo nos Açores, Pedro Nuno Santos atira o Governo de José Manuel Bolieiro contra o principal adversário: “É a prática do PSD [unir-se ao Chega] foi assim nos Açores. A credibilidade não é grande. Nunca vimos o líder do PSD a criticar a solução governativa dos Açores”.

Para uma solução governativa, Pedro Nuno Santos quer esperar para saber a “relação de forças” no Parlamento que resulta das eleições de 10 de março, mas tem uma certeza: “O PS não apoiará um Governo minoritário do PSD”. Isto porque, considera que seria “negativo para a democracia”. O secretário-geral do PS disse ainda não estar preocupado com a nova AD, que reduz a “pessoas do passado com políticas do passado”. E provoca: “Estamos no Natal e convém lembrar que uma das primeiras medidas dessa coligação foi cortar, em 2011, 50% do subsídio de Natal”. Além disso, diz que o PSD “não conseguiu fazer a coligação que queria, com a IL”.

“Eu salvei a TAP”

Pedro Nuno Santos — que está a tentar trabalhar a imagem para parecer menos arrogante — não teve pudor em dizer na entrevista: “Eu salvei a TAP”. Depois reiterou o que tem defendido: que a empresa “deve abrir capital a grupos privados, mas não deve abdicar da maioria de capital.”

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O líder do PS destaca ainda que a TAP é uma empresa que deu 200 milhões de euros de lucro nos primeiros 9 meses deste ano e acusa o PSD de ter como “único projeto em matéria de empresas públicas, privatizar.”

Sobre o Novo Aeroporto, Pedro Nuno Santos garante que vai “decidir a partir das conclusões da Comissão Técnica Independente” e, em mais uma indireta ao PSD, promete tomar uma decisão e “não criar mais um Grupo de Trabalho depois da Comissão Técnica Independente”.

“Marta Temido seria uma excelente candidata a Lisboa”

Pedro Nuno Santos falou ainda sobre o Orçamento do Estado, não se comprometendo com nada relativamente à recuperação do tempo de serviços das carreiras congeladas da administração pública. Limitou-se a procrastinar: “Precisamos de ter contas em definitivo para depois podermos construir solução que respeite quem trabalha na Administração Pública e quem trabalha com as metas orçamentais.”

Quanto a uma eventual composição do Executivo, Pedro Nuno Santos disse que ainda “não está [neste momento] a fazer o governo”, quando questionado se Fernando Medina seria o seu ministro das Finanças. Admitiu ainda vir ter um questionário como o que Costa criou para quando os governantes tomam posse: “Acho importante que essa transparência exista. Assegurar que não existe nenhuma confusão entre interesses privados e interesse público.”

No plano autárquico, Pedro Nuno Santos foi um pouco mais longe, ao dizer que “Marta Temido é um excelente ativo”, que “deixou uma boa imagem” e que “seria uma excelente candidata à câmara de Lisboa”. Sobre a ideia de José Luís Carneiro ser candidato ao Porto, disse que ainda não está “nessa fase”. Descartou ainda ter falado de fugida com o antigo adversário interno no jantar de Natal do PS: “Levantei-me e cumprimentei-o normalmente”. Não conseguiu, porém, dizer para que cargo conta com José Luís Carneiro.

Para Costa deixou a frase do costume e disse que “será aquilo que ele quiser” quando questionado se seria um bom candidato às eleições europeias.