As redações do Jornal de Notícias, TSF, O Jogo e Diário de Notícias aprovaram “unanimemente” esta sexta-feira a realização de uma greve para o dia 10 de janeiro de 2024.
“Somos imunes à básica estratégia de dividir para reinar. A luta de cada um de nós é a luta de todos. Estamos unidos na defesa dos nossos direitos, do jornalismo e da democracia”, lê-se no comunicado assinado pelos delegados sindicais dos quatro títulos do grupo.
A Comissão Executiva do Global Media Group anunciou esta quinta-feira que ainda não foram pagos os salários de dezembro e assumiu que “não existem, à data de hoje, condições” para fazer esse pagamento.
A Comissão Executiva refere a situação do grupo como “extremamente grave”, atribuindo a degradação da situação financeira do grupo ao “inesperado recuo do Estado português” relativamente à compra das participações do grupo na agência Lusa ou à “injustificada suspensão da utilização de uma conta caucionada existente no Banco Atlântico Europa há cerca de 6 anos”.
Já esta sexta-feira, um grupo de acionistas da Global Media, entre os quais o anterior presidente do conselho de administração, Marco Galinha, emitiu um comunicado no qual acusa o World Opportunity Fund (que controla a maioria do capital do grupo) de “incumprimento” das obrigações contratuais e em que responsabiliza o fundo, sediado nas Bahamas, pela falta de pagamentos dos salários aos trabalhadores.
Acionistas da Global Media acusam fundo que controla o grupo de “incumprimento” dos contratos
Também esta sexta-feira, segundo uma página criada nas rede social Instagram pelos trabalhadores do Jornal de Notícias, foram pagos os trabalhos de outubro a alguns colaboradores do grupo a recibos verdes. “Não houve qualquer comunicação oficial sobre os critérios” dos pagamentos, refere a publicação, que sublinha que “muitos continuam sem receber”.