Depois do anúncio público de que os trabalhadores do grupo Global Media não receberão os salários de dezembro, um grupo de acionistas emitiu um comunicado, esta sexta-feira, em que acusa o World Opportunity Fund (que controla a maioria do capital do grupo) de “incumprimento” das obrigações contratuais e em que responsabiliza o fundo, sediado nas Bahamas, pela falta de pagamentos dos salários aos trabalhadores.

Os acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira sublinham que “existe, uma situação de manifesto incumprimento por parte do World Opportunity Fund, Ltd, quanto a obrigações relevantes dos contratos, que, ao não ter ocorrido, teria permitido o pagamento dos salários e o cumprimento de outras responsabilidades da empresa”.

Global Media assume que não tem condições para pagar salários de dezembro e fala em situação “extremamente grave”

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Os acionistas que assinam o comunicado garantem que “não deixarão de recorrer a todos os meios ao seu dispor para exercer os direitos legais e contratuais que lhes assistem e, bem assim, de tudo fazer quanto estiver ao seu alcance para restaurar a credibilidade do GMG e das suas marcas, honrando a história do Grupo e de todos aqueles que diariamente dão o seu melhor por um jornalismo de excelência”.

Para além disso, os quatro acionistas dizem sentir “grande preocupação os acontecimentos tornados públicos relativos ao não pagamento de salários aos trabalhadores e prestadores de serviços do grupo, bem como as declarações relativas à atual situação financeira do GMG” e manifestam-se solidários para os trabalhadores do DN, JN, TSF e o Jogo.

Quanto ao processo de venda da maioria do capital ao fundo World Opportunity, os acionistas lembram que o “processo de venda das participações ao World Opportunity Fund, Ltd, decorreu com respeito de todas as regras de compliance e de boa governança” e que “com a formalização da venda, a gestão executiva do GMG foi entregue a novos administradores e ao novo investidor”, não tendo os acionistas “qualquer responsabilidade nas decisões executivas”.