Pelo menos 4.360 pessoas, entre as quais quase 1.900 civis, morreram este ano na guerra na Síria, que se arrasta desde 2011, anunciou este domingo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
No ano passado, o Observatório apresentou um balanço de 3.825 mortos, o mais baixo desde o início do conflito no país.
Entre as vítimas de 2023, há 1.889 civis, dos quais 241 mulheres e 307 crianças, segundo a ONG britânica, que dispõe de uma rede de fontes na Síria.
Após vários anos de combate, bombardeamentos mortíferos e devastadores, na sequência da repressão brutal das manifestações antigovernamentais pelo regime em 2011, os confrontos diminuíram nos últimos anos.
Além dos ataques jihadistas, registam-se combates esporádicos ocasionais, principalmente no leste do país.
O conflito na Síria já custou mais de meio milhão de vidas desde 2011, com várias potências e atores envolvidos.
O regime de Bashar al-Assad recuperou o controlo de uma grande parte do território com o apoio dos seus aliados russos e iranianos, mas as forças curdas sírias controlam grandes áreas do norte e do nordeste.
Cerca de metade da província de Idlib, no noroeste do país, e as zonas que fazem fronteira com as províncias vizinhas de Hama, Alepo e Latakia são dominadas pelo grupo jihadista Hay’at Tahrir al-Sham (HTS) e por fações rebeldes, apoiadas em diferentes graus pela Turquia.
A região de Idlib está sujeita a um cessar-fogo negociado pela Rússia e pela Turquia, após uma ofensiva do regime em março de 2020, mas que foi violado em várias ocasiões.
No leste da Síria, 25 combatentes com ligações ao Irão foram mortos, no sábado, por ataques aéreos “provavelmente israelitas”, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, revendo em alta o número anterior de 23 mortos.
De acordo com a mesma fonte, entre os mortos estão cinco sírios, seis iraquianos, quatro membros do Hezbollah libanês e dez outros combatentes não-sírios.
Israel intensificou os seus ataques na Síria desde o ataque do movimento palestiniano Hamas no seu território, a 7 de outubro, mas raramente reivindica a responsabilidade pelos mesmos.
Em várias ocasiões afirmou que não permitiria que o seu inimigo declarado, o Irão, alargasse a sua presença na Síria, designadamente através de milícias ou de grupos armados como o Hezbollah.