A ONU agradeceu os esforços da Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA) e comprometeu-se a continuar a trabalhar com o povo maliano após o fim da missão, que termina este domingo.

“O secretário geral [António Guterres] reconhece o papel chave que desempenhou a MINUSMA na proteção dos civis; o apoio da missão ao processo de paz, inclusivamente garantindo o respeito do cessar fogo no contexto do acordo de paz e reconciliação de 2015, assim como da transição; os seus esforços por restabelecer a autoridade do Estado; e o fornecimento de dividendos de paz à população”, lê-se num comunicado do porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.

O porta-voz destacou o papel do líder da MINUSMA, El Ghassim Wane, sublinhando a sua “liderança fora do comum num contexto desafiante”, e homenageou os 311 funcionários da ONU que morreram e os mais de 700 que ficaram feridos durante os 10 anos da missão no Mali.

Dujarric reafirmou “o compromisso das Nações Unidas em trabalhar com o povo do Mali e o Governo de transição para restabelecer a ordem constitucional, assim como a promoção da paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável”.

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No dia 01 de janeiro começa um “período de liquidação”, durante o qual uma equipa mais pequena, juntamente com grupos de retaguarda de países que contribuem com tropas e polícia, permanecerão em Gao e Bamako para supervisionar o transporte ordenado de bens pertencentes a esses países para as respetivas nações e a eliminação adequada de equipamentos pertencentes às Nações Unidas, explicou o porta-voz.

A ONU “conta com a total cooperação do governo de transição para que este processo seja concluído o mais depressa possível”, sublinhou.

As últimas tropas da MINUSMA estacionadas na base militar de Tombuctu (norte), abandonaram na sexta-feira o país africano após o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovar em 30 de junho, a pedido das autoridades do Mali, a retirada da missão.

As relações do Mali com a MINUSMA foram afetadas por um relatório da ONU sobre a morte de mais de 500 pessoas em março de 2022 na cidade de Moura (centro), de que o exército maliano foi apontado como responsável.

A saída da missão põe fim a um compromisso que remonta a 2013 para responder ao aumento da violência no Mali, que se estendeu a países como Burkina Faso e Níger, entre outros, provocando milhares de deslocados.