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Quando foi detido, tinha 600 mil euros num bolso e duas esmeraldas no outro. O antigo chefe do principal departamento de Segurança Interna dos Serviços Secretos da Ucrânia (SBU) acabou por ser julgado e condenado a um ano de prisão, por um tribunal sérvio. Pena essa que terminou no início de dezembro, informou a BBC, tendo saído em liberdade sob algumas condições.

O canal britânico informou esta quarta-feira, citando fonte de um tribunal sérvio, que Andrii Naumov, demitido por Volodymyr Zelensky em abril de 2022, foi libertado de uma prisão na Sérvia, após ter cumprido a pena por branqueamento de capitais.

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No entanto, uma vez que o processo de recurso da sentença que condenou o antigo general  — que fugiu da Ucrânia a 23 de fevereiro de 2022, horas antes da invasão russa — ainda decorre, o tribunal decidiu confiscar os seus documentos de identificação e proibir a sua saída do país, até que este seja concluído.

Não está autorizado a deixar o país e o seu local de residência até que o processo de recurso de sentença seja concluído”, disse a BBC.

Para o advogado de Naumov, além de esta decisão representar uma ameaça à sua vida, esta não faz sentido, visto que “este já cumpriu a pena de prisão completa”. Este ainda tentou recorrer destas restrições, mas o pedido foi rejeitado pelo tribunal.

“Existem contradições na posição do mesmo tribunal, bem como nas ações destinadas a isolar Andriy Naumov. A nossa equipa documenta todas as violações neste processo para posterior recurso nas instâncias internacionais”, afirmou o advogado.

As “contradições” referidas pelo advogado remetem não só para esta decisão, como por outras que o tribunal tomou, no que diz respeito à extradição de Naumov. Não foi uma, mas duas vezes que a Ucrânia pediu que o “traidor” regressasse ao seu país, mas a Sérvia rejeitou-o, alegando que esta era uma “perseguição política” e que o “regresso podia ameaçar a sua segurança”.

Quando fugiu da Ucrânia — através de camiões carregados de jóias e dinheiro —, foi emitido um mandado internacional a Naumov, tendo este sido acusado pelo Presidente ucraniano de abuso de poder. Em abril de 2022, quando este anunciou a sua demissão, disse que “não tinha tempo para lidar com todos os traidores”. “Mas pouco a pouco serão todos punidos”, garantiu na altura.

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Foi o que aconteceu a 7 de junho de 2022, quando este foi detido na fronteira da Sérvia com a Macedónia do Norte. Porém, Naumov só foi julgado a 29 de setembro de 2023, tendo, então, já cumprido quase a totalidade da pena.

Naumov é apenas um dos nomes a constar dos mais de 600 processos contra agentes e oficiais ucranianos que as autoridades de Kiev abriram nos primeiros 150 dias de guerra por suspeitas de traição. Ivan Bakanov, amigo de infância de Zelensky e antigo líder dos serviços secretos, Iryna Venediktova, a ex-procuradora-geral da Ucrânia e Kryvoruchko Serhiy Oleksandrovych, antigo líder do departamento dos Serviços de Segurança da Ucrânia na região de Kherson, foram também demitidos nos primeiros meses da invasão russa.

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