Cerca de um milhão de alunos do ensino básico e secundário recomeçam esta quarta-feira as aulas, sem greves à vista mas com os professores atentos às eleições legislativas que poderão ditar a recuperação integral do tempo de serviço.
Depois de um primeiro período de aulas em que as greves de professores e funcionários escolares voltaram a marcar o dia-a-dia de muitas escolas, o segundo período do ano letivo começa sem greves à vista.
A três meses das eleições legislativas, os vários sindicatos da área da educação têm estado a auscultar os partidos políticos para conhecer os programas eleitorais dos diferentes candidatos.
Vários partidos políticos já apresentaram no parlamento propostas de recuperação do tempo de serviço, como foi o caso do Bloco de Esquerda, PCP, Livre ou PSD, sendo que agora esse é um tema para os programas eleitorais.
Professores em greve nacional pela recuperação de tempo de serviço congelado
Até lá, continuam as dificuldades em encontrar professores para ocupar os horários que continuam vazios, em especial em escolas das zonas de Lisboa e do Algarve.
Os preços elevados do arrendamento nestas duas zonas impedem muitos docentes de aceitar as vagas, situação que levou o Governo a criar um apoio extraordinário à renda.
Durante este ano, os professores colocados a mais de 70 quilómetros de casa, nas regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo, podem beneficiar de um apoio máximo até 200 euros mensais.
Na terça-feira havia 167 horários para contratação de escola, segundo o diretor escolar Arlindo Ferreira, que explicou à Lusa que só no final da semana será possível estimar quantos professores ainda faltam nas escolas.
Este ano, será também o do primeiro concurso interno de professores tendo em conta os novos Quadros de Zona Pedagógica (QZP), já que até agora o país estava dividido em apenas 10 zonas (QZP) e agora passam a ser 63.
Com um país muito mais retalhado, os professores esperam conseguir ficar mais perto de casa no concurso interno, que se realiza em março.