O Sindicato dos Jornalistas vai entregar esta sexta-feira na Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para que sejam investigadas situações relacionadas com o Global Media Group, que tem a decorrer um processo de rescisões até 10 de janeiro.
Em comunicado divulgado esta sexta-feira, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) diz considerar existirem indícios de matéria com relevância penal que merecem ser investigados.
Sindicato dos Jornalistas “perplexo” com nova redução de quadros na Global Media
“Na defesa dos superiores interesses dos jornalistas do Global Media Group, do jornalismo e da importância que este grupo tem no espaço mediático, consideramos que é nossa obrigação suscitar a ação da Procuradoria-Geral da República num assunto que é sensível para a democracia e a garantia de direitos e liberdades”, é referido na nota.
Com esta ação, o Sindicato dos Jornalistas espera que se investiguem as “burlas”, a “gestão danosa” e os “procedimentos à margem da lei” de que fala o presidente da Comissão Executiva (CE) do Global Media Group (GMG), José Paulo Fafe.
Na terça-feira, a Comissão Executiva do Global Media Group (GMG), liderada por José Paulo Fafe, acusou os outros acionistas de protagonizarem situações “ética e moralmente condenáveis”, que contribuíram para a situação atual da empresa de media.
Num texto publicado numa newsletter interna, a que a Lusa teve acesso, os administradores disseram que “ao longo destes pouco mais de três meses, desde que esta Comissão Executiva entrou em funções, raro é o dia” em que não é apanhada “de surpresa por factos e procedimentos que fizeram parte deste grupo ao longo dos últimos anos e que, sem margem para dúvidas, roçam a fronteira daquilo que pode ser considerada uma gestão pouco transparente e irresponsável”.
Na nota de hoje, o Sindicato dos Jornalistas manifesta ainda solidariedade com os trabalhadores do Global Media Group, que estão com o salário de dezembro e o subsídio de Natal em atraso.
“Estamos em diálogo constante com os delegados sindicais dos “Jornal de Notícias”, da TSF, do “Diário de Notícias” e do desportivo “O Jogo” e solidários com a difícil situação que estão a viver”, indica o Sindicato dos Jornalistas.
A 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da Global Media Group, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
A Global Media informou os trabalhadores em 28 de dezembro de que não tinha condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é “extremamente grave”.
O programa de rescisões na Global Media termina a 10 de janeiro, dia para o qual também foi convocada uma greve dos trabalhadores do grupo.
Global Media. JN, TSF, DN e O Jogo avançam para greve a 10 de janeiro
As redações do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF e O Jogo aprovaram em 29 de dezembro a realização de uma greve em 10 de janeiro, depois de a administração do grupo ter informado os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes a dezembro.