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O Paquistão responsabilizou o Irão pela morte de duas “crianças inocentes” e por três feridos num ataque realizado esta terça-feira no país, que, segundo Islamabad, constitui uma “violação não provocada” do seu espaço aéreo.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês confirma o ataque contra posições alegadamente jihadistas e que tinha sido anunciado inicialmente por órgãos estatais iranianos em notícias posteriormente retiradas, de acordo com a agência Associated Press. “Esta violação da soberania do Paquistão é completamente inaceitável e pode ter consequências graves”, alertou a diplomacia de Islamabade.

O Irão atacou posições no Paquistão que afirma serem bases do grupo jihadista Jaish al-Adl (“Exército da Justiça”, em árabe), avançou inicialmente a agência iraniana IRNA, que indicou a utilização de mísseis e ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) nesta ofensiva.

O grupo jihadista tem reivindicado vários ataques e atentados na província do Sistão-Baluchistão, uma das mais pobres do Irão junto à fronteira com o Paquistão. A região é palco de frequentes confrontos entre as forças de segurança, por um lado, e os rebeldes da minoria baluchi, grupos radicais sunitas e traficantes de droga, por outro.

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Este ataque aumenta ainda mais as tensões no Médio Oriente após o início da guerra entre Israel e o movimento palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em 07 de outubro, e das investidas de um grupo de países ocidentais, liderados por Estados Unidos e Reino Unido, contra posições dos rebeldes Huthis do Iémen para manter a segurança da navegação comercial no Mar Vermelho.

Formado em 2012 por antigos membros de uma organização sunita radical, o grupo Jaish al-Adl ficou conhecido por ter reivindicado a responsabilidade pelo rapto de 12 polícias e soldados iranianos em outubro de 2018.

Na noite de segunda-feira, o Irão disparou mísseis contra o norte da Síria e Iraque visando o grupo Estado Islâmico. Entre os seus alvos, a Guarda Revolucionária iraniana reivindicou um ataque à suposta sede da Mossad, a agência de informações israelita, na região curda do Iraque.

O Iraque classificou os ataques, que mataram vários civis, como uma “violação flagrante” da sua soberania e chamou de volta o seu embaixador em Teerão.