Com a China e a Europa decididas a confiar num futuro com uma percentagem elevada ou total de veículos eléctricos, enquanto os EUA caminham mais lentamente nessa direcção, é curioso que existam alguns construtores (ainda que cada vez menos) que levantam dúvidas em relação ao potencial desta tecnologia. Mesmo quando a Tesla, que só produz veículos a bateria, é uma das marcas que mais cresce e, com 1,81 milhões de unidades vendidas em 2023, ultrapassou já a maioria dos fabricantes.
Já a Volvo não tem dúvidas quanto ao futuro dos veículos eléctricos, acreditando mesmo que os modelos a bateria são uma oportunidade para crescer, sobretudo porque pode aliar o tradicional e apreciado estilo sueco, bem como a sua grande experiência em matéria de segurança, às plataformas, motores e baterias do grupo Geely, em que está inserida. O CEO da marca nórdica, Jim Rowan, afirmou mesmo que está “confiante no tremendo potencial de crescimento dos veículos eléctricos”.
Numa entrevista à Reuters, durante o Global Markets Forum, em Davos, o CEO da Volvo começou por avançar que acredita no incremento da procura por modelos a bateria em termos globais, mas sobretudo nos diferentes países europeus. De realçar o positivismo de Rowan, mesmo numa fase em que os ataques dos Houthis perturbam grandemente o tráfego marítimo através do Canal do Suez, impedindo a chegada atempada de peças vindas da China e necessárias à produção dos XC40 e C40 em Ghent, na Bélgica, o que já motivou alguns atrasos na fabricação dos modelos.
A Volvo espera aproveitar esta transição para a mobilidade eléctrica para subir no ranking das marcas de luxo, aproximando-se dos rivais germânicos tradicionais, como a Audi, BMW e Mercedes. Tanto mais que depois de comercializar os XC40 e C40 Recharge, com plataformas concebidas originalmente para motores de combustão, os próximos modelos a surgir, já a partir deste ano, vão recorrer a plataformas específicas para eléctricos, com o construtor sueco a antecipar-se à BMW e à Mercedes, o que poderá garantir vantagens à Volvo.
De acordo com Jim Rowan, a marca sueca prevê que o seu volume de vendas em 2025 seja composto por 50% de veículos eléctricos, para continuar a evoluir de forma a atingir 100% em 2030. Isto significa que a Volvo é mais um construtor que pretende abandonar a produção de automóveis e SUV com motores de combustão, mesmo que electrificados, passando a comercializar exclusivamente veículos eléctricos, cinco anos antes da União Europeia proibir a venda de veículos com motores que queimem combustíveis fósseis.