Os ataques dos Houthis à navegação comercial no Mar Vermelho, rebeldes que com o apoio do Irão ocuparam o sul do Iémen, têm perturbado gravemente o transporte marítimo de bens e pessoas. Os ataques a navios mercantes provocaram alterações de rotas, o que encareceu os produtos transportados, mas levaram igualmente a que algumas companhias de transporte mantivessem os navios nos portos, como forma de evitar os ataques e eventuais danos nas embarcações.

Os prejuízos decorrentes desta situação são vários, tal como são muitas as empresas prejudicadas pelos atrasos nas entregas dos materiais e peças a bordo desses navios, entre as quais algumas dedicadas à produção de automóveis. A primeira a acusar os prejuízos foi a Tesla. A marca norte-americana anunciou ter em stock peças para manter em actividade a fábrica de Berlim, na Alemanha, até 29 de Janeiro, mas reconhece que se verá obrigada a suspender a construção do Model Y até 11 de Fevereiro. O facto de depender de fornecedores chineses, inclusivamente da fábrica da Tesla em Xangai, explica que o construtor norte-americano figure entre os mais lesados.

A Volvo é outro dos construtores que assume dificuldades por causa da falta de matérias-primas para montar os seus XC40 e C40 na fábrica de Ghent, na Bélgica. Segundo o construtor sueco, a linha de montagem terá de parar por um mínimo de três dias devido à alteração da rota nos navios que, de acordo com o New York Times, transportariam caixas de velocidade. Felizmente para a marca, a linha de produção em Gotemburgo, na Suécia, não foi afectada por recorrer a diferentes fornecedores.

O Grupo Volkswagen também admite transtornos, mas afirma que está a tentar ultrapassar as limitações através de negociações com as companhias de transporte marítimo. A Stellantis, pelo seu lado, não nega dificuldades, mas optou por recorrer ao transporte aéreo como solução para os problemas criados pelos Houthis.

O Mar Vermelho faz parte da rota de todos os navios que utilizem o canal de Suez nas ligações entre China, Coreia do Sul, Japão e Índia, tendo como destino a Europa ou a costa atlântica dos EUA.

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