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A Hungria considerou, esta segunda-feira, inaceitável e dececionante a nova proposta da União Europeia (UE) de criar um fundo de cinco mil milhões de euros provenientes do Fundo Europeu de Apoio à Paz para financiar o envio de armas à Ucrânia.

“É triste e dececionante que a reunião do Conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros de hoje (desta segunda-feira) tenha apresentado uma proposta, por parte do Serviço Europeu de Ação Externa, de assegurar milhares de milhões de euros para novos transportes de armas à Ucrânia”, referiu em Bruxelas o chefe da diplomacia de Budapeste, Péter Szijjártó, que participou na reunião.

O ministro húngaro assinalou que para o seu país é “absolutamente inaceitável” que a UE aumente o seu fornecimento de armas dirigidas a Kiev, mas recordou que a proposta esta segunda-feira apresentada é “mais branda” que a anterior, que tinha assegurado cinco mil milhões de euros anuais durante quatro anos para esse objetivo.

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“A atual proposta é um pouco mais branda e propõe a criação de um fundo especial de cinco mil milhões de euros para o próximo ano, no âmbito do Fundo Europeu de Apoio à Paz, com contribuições dos países comunitários”, disse.

De acordo com os planos, este orçamento anual será prolongado anualmente, explicou o ministro, assegurando que a Hungria não participará nesse projeto.

“Não podemos nem queremos impedir que os restantes países enviem armas, mas não assumiremos qualquer despesa com esse fundo”, acrescentou Szijjártó.

O governo do soberanista Viktor Orbán tem sido apontado como o maior aliado da Rússia no interior da UE.

Nos últimos anos as relações políticas com a Ucrânia deterioraram-se progressivamente, com Kiev a acusar Budapeste de apoiar os interesses russos enquanto a Hungria responsabilizava o país vizinho de desrespeito pelos direitos das minorias étnicas, incluindo a magiar.

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Na próxima segunda-feira está previsto um encontro em Uzhgorod (Ucrânia) entre Szijjártó e o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, para abordar temas bilaterais e um eventual futuro encontro entre Orbán e o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.