A ideia de que Novak Djokovic prefere a sessão noturna do Open da Austrália, para evitar o sol e as alturas temperaturas do janeiro de Melbourne, não é propriamente uma novidade. Até aos oitavos de final da edição que está a decorrer, o tenista sérvio levava 15 jogos consecutivos do Grand Slam a jogar à noite. 2024, porém, obrigou-o a defrontar Adrian Mannarino durante o dia — e Djokovic venceu, eliminando a dúvida sobre como iria reagir ao calor.
Esta terça-feira, porém, o obstáculo repetia-se. Pela segunda eliminatória consecutiva, o tenista sérvio estava no court à hora de almoço, quando os termómetros australianos chegavam aos 33 graus. Nos quartos de final do Open da Austrália, o norte-americano Taylor Fritz ainda ameaçou aproveitar-se da fadiga de Djokovic — principalmente depois de um jogo inicial que se estendeu logo até aos 17 minutos e dos 15 pontos de break que salvou –, mas o atual número 1 do ranking acabou por vencer por 7-6, 4-6, 6-2 e 6-3.
Through to an 11th #AusOpen Semi-Final. We'll let you run the numbers, but the 10x champion's strike rate from here is pretty good!@djokernole proves too strong for a gallant Taylor Fritz 7-6(3) 4-6 6-2 6-3@wwos • @espn • @eurosport • @wowowtennis pic.twitter.com/Abr5xArz0p
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A partida não foi acessível, com o sérvio a demonstrar ainda alguma irritação com a própria equipa de apoio por não ter na mochila a alimentação complementar que tinha pedido ao longo do jogo, mas a expectável vitória acabou por nunca estar em causa. No fim, numa entrevista ao lesionado Nick Kyrgios que por estes dias faz comentário para a Eurosport durante o Open da Austrália, Djokovic sublinhou a dificuldade de jogar com mais de 30 graus ao longo de quase quatro horas.
“Estava muito calor. Começar um encontro logo com um jogo de 17 minutos de duração, com trocas de bolas muito exigentes a nível físico, condicionou bastante o primeiro parcial. Senti-me sempre muito incomodado, porque o Taylor jogou de uma forma agressiva desde a linha de fundo e tentava tirar-me tempo em cada pancada. Tive de adotar uma postura mais defensiva, porque ele também estava a servir muito bem. Dou-lhe mérito pelo que fez, entrou com um plano de jogo muito claro”, começou por dizer.
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“Esta superfície absorve muito o calor, a temperatura no court é superior à das bancadas. Tornou-se difícil controlar o ritmo cardíaco e a respiração, porque foi tudo jogado a alta intensidade e a energia dispensada foi muito superior ao tempo que tive para recuperar entre pontos. Há dias em que é necessário aceitar a situação e saber sofrer”, acrescentou Djokovic, que vai agora defrontar Jannik Sinner na meia-final depois de o italiano ter eliminado Andrey Rublev sem perder um set.
Com esta vitória, o tenista sérvio chegou à 11.ª meia-final do Open da Austrália, sendo que venceu o torneio em 10 ocasiões e quatro vezes nos últimos cinco anos. O Grand Slam australiano é aquele em que tem mais sucesso, de longe, e a explicação pode estar no Jardim Botânico de Melbourne: há 15 anos que Djokovic visita uma árvore específica para meditar durante a competição, tendo voltado a revelar a particularidade nos últimos dias. Depois de derrotar Taylor Fritz, confessou a Nick Kyrgios que pode levá-lo ao lugar.
“Vou mostrar-te onde é, mas não podes dizer a ninguém. É um grande segredo. Tens de tirar os sapatos, trepar a árvores e pendurar-te de cabeça para baixo num dos ramos mais altos. E depois aguentar durante 33 minutos e três segundos. E ganhas um Grand Slam”, brincou o sérvio, provocando uma gargalhada geral na Rod Laver Arena.
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