“Diogo Ribeiro diferente em Doha daquele que esteve em Fukuoka? Não!”. Antes da partida para o Qatar, que recebe mais uma grande competição internacional agora com os Mundiais de natação, a mais promissora de todas as esperanças nacionais mostrava-se confiante num bom resultado mas sem por isso mudar aquilo que são os objetivos desportivos num ano marcado pelos Jogos Olímpicos de Paris. O que tinha então mudado? A preparação. “É a primeira vez que vou melhor preparado, sem ter tido que parar, e isso permite-me ir com a cabeça mais limpa, sem pensar que estive parado ou com menos treino do que deveria”, destacava.

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“Neste momento estou com o treino que, supostamente, se adequa para o Campeonato do Mundo. Fizemos isto para a competição sem pensar nos Jogos Olímpicos, agora o foco total é o Mundial. Depois sim, é começar a preparar os Jogos, mas em Doha é mesmo para fazer o melhor possível. Para mim isso significa melhorar os tempos. Se o conseguir, tenho a certeza que vai dar excelentes classificações mas não estou a pensar nos lugares em que vou ficar. É mesmo só melhorar os tempos. O treino foi igual ao dos outros Mundiais em termos de provas de 50, assim como de 100 metros, mas é natural que na minha cabeça comece cada vez mais a pensar nas de 50 metros, é aí que tenho vindo a obter os melhores resultados”, acrescentou ainda o nadador do Benfica antes da partida, em declarações reproduzidas pelo jornal A Bola.

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Mais história numa história que está a começar: Diogo Ribeiro conquista medalha de prata nos Mundiais absolutos

Essas expetatitivas foram-se confirmando a nível de resultados logo na abertura dos Mundiais, com o quinto melhor tempo das eliminatórias (23,18) e o quarto das meias-finais, sendo o segundo classificado na segunda prova de qualificação para a decisão (23,18). O norte-americano Michael Andrew foi o mais rápido com 22,94, seguido do tobaguenho Dylan Carter (23,15), do espanhol Mario Molla Yanes (23,17), Diogo Ribeiro,
dos australianos Isaac Cooper (23,18) e Cameron McEvoy (23,21), do norte-americano Shaine Casas (23,22) e do sul-coreano Inchul Baek (23,24). E o português já tinha alcançado mais um feito na curta carreira, ao tornar-se o primeiro português a chegar a duas finais de Mundiais. Agora, chegava a decisão.

Diogo Ribeiro na final dos 50 metros mariposa dos Mundiais de natação

O facto de ter ganho a medalha de prata em Fukuoka, naquele que foi um dos momentos mais altos da história da natação nacional, colocava muitas atenções em Diogo Ribeiro. Por um lado, não teria de nadar contra nomes como o italiano Thomas Ceccon, que ganhou o ouro em 2023; por outro, teria de subir o rendimento nas meias-finais a nível de tempo, sendo que o recorde nacional estabelecido pelo próprio no ano passado no Japão era de 22,80 depois de ter batido a melhor marca mundial de juniores em 2022. E mesmo não quebrando essa marca, o português fez ainda mais história sagrando-se campeão mundial com 22,97.

Diogo Ribeiro ganha terceiro ouro e bate recorde do mundo

Apesar da má saída da pista 6, o que fez com que estivesse atrás nas primeiras braçadas, o português teve uma recuperação fantástica e sobretudo acertou em pleno aquilo que em parte falhara na meia-final, com uma chegada perfeita ao bloco que valeu a medalha de ouro com um registo que ficou a 16 centésimos do que fizera em Fukuoka. Michael Andrew, que tinha sido o mais rápido com 22,94, ficou com a prata com 23,07, ao passo que o bronze foi para o australiano Cameron McEvoy (23,08). Seguiram-se Isaac Cooper (23,12), Dylan Carter (23,17), Mario Molla Yanes (23,29), Inchul Baek (23,35) e Shaine Casas (23,47).