É uma solução pouco comum no futebol, mais normal noutras modalidades, e que não deixa de causar alguma estranheza: o Nápoles anunciou Francesco Calzona como novo treinador depois de ter despedido Walter Mazzarri, o que significa que o treinador italiano vai acumular o comando técnico do clube com a orientação da seleção da Eslováquia, onde está desde 2022.

Ainda assim, existe uma explicação. Aos 55 anos, Francesco Calzona já foi treinador adjunto do Nápoles em dois períodos distintos e com dois treinadores diferentes — primeiro com Maurizio Sarri, entre 2015 e 2018, e depois com Luciano Spalletti entre 2021 e 2022. Agora, vai orientar o clube italiano até ao final da temporada e manter-se ao comando da Eslováquia, com a Federação do país a garantir que o acordo entre Calzona e o Nápoles termina no verão para que o selecionador se concentre na preparação do Euro 2024.

“A Federação Eslovaca de Futebol tem noção de que esta é uma decisão pouco ortodoxa que pode causar algumas preocupações junto do público. Contudo, também entende a relação especial que Francesco Calzona tem com o clube onde trabalhou durante muito tempo e que quer ajudar na atual situação difícil. O selecionador declarou repetidamente que a sua prioridade continua a ser a seleção da Eslováquia e a preparação para o Euro 2024″, pode ler-se no comunicado divulgado pelo organismo.

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Francesco Calzona vai ser o terceiro treinador da temporada do Nápoles, que depois de ter conquistado a Serie A na época passada viu Rudi Garcia, substituto de Luciano Spalletti, ser despedido logo em novembro. Seguiu-se Walter Mazzarri, que durou três meses no cargo e foi dispensado na sequência do empate contra o Génova no fim de semana e antes da receção ao Barcelona, na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, já esta quarta-feira. Os napolitanos estão atualmente no 9.º lugar do Campeonato, a nove pontos da zona de apuramento para as competições europeias, e levam oito derrotas e seis empates em 24 jornadas.

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O italiano já foi adjunto do Nápoles em dois períodos distintos, ao lado de Maurizio Sarri e Luciano Spalletti

“Gostaria de agradecer a Walter Mazzarri, um amigo da família De Laurentiis e do Nápoles, por ter apoiado a equipa num momento tão difícil. Vai sempre permanecer nos corações das pessoas de Nápoles e da nossa família. Gostaria de saudar o regresso de Francesco Calzona, que já trabalhou connosco no passado e ao lado de Sarri e Spalletti”, pode ler-se no curto comunicado emitido pelo clube e assinado pelo presidente Aurelio De Laurentiis.

Nascido na região de Calabria em outubro de 1968, Francesco Calzona teve uma curta carreira como jogador na Serie B, ao serviço do Arezzo, cumprindo ainda um jogo na Taça de Itália. Nos anos 90, começou a treinar a equipa amadora do Tegoleto, acabando por demitir-se e sugerir a contratação de um treinador com pouca experiência mas muito potencial: Maurizio Sarri. Tornou-se adjunto de Sarri nesse momento e juntos passaram por Perugia, Alessandria, Sorrento, Empoli e Nápoles.

Em 2020, decidiu mudar de ares e integrou a equipa técnica de Eusebio Di Francesco, tornando-se adjunto do Cagliari. Voltou ao Nápoles pela mão de Luciano Spalletti e apenas por uma temporada, aceitando o desafio da Eslováquia em agosto de 2022. Garantiu a qualificação para o Euro 2024 — numa fase de grupos onde defrontou Portugal — e tem contrato até 2025, num vínculo que se prolonga automaticamente se conseguir o apuramento para o Mundial 2026.

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