Até mesmo quando não joga, Cristiano Ronaldo acaba por ser tema apenas por ser… Cristiano Ronaldo. Seja pelo impacto que tem, pelo exemplo que dá ou pela amplitude de influência que foi semeando durante toda a carreira, o avançado português voltou a ser “protagonista” durante a semana numa série de entrevistas com antigos companheiros, ex-treinadores onde só mesmo a ideia de a Liga saudita ser superior nesta altura da Ligue 1 acabou por contrastar com aquelas que têm sido as palavras do jogador nesta “segunda vida”.

As contas de CR7 nunca falham ao Al Nassr: primeiro jogo, primeiro golo (com novo festejo) e primeira vitória do ano na Champions asiática

“Para mim o Messi é o número um, é ele se estamos a falar de futebol. Mas sei que depois há quem tenha outras opiniões. O Ronaldo é o melhor de sempre, a marcar golos e a trazer troféus para a equipa. Olhem para ele com 39 anos. Ele vai continuar a marcar até aos 50 anos, podem acreditar em mim, mas eu sou mais do estilo de jogo do Messi. O melhor de sempre, esse, é Zidane”, comentou Eden Hazard ao podcast “The Obi One” do ex-jogador Obi Mikel, acrescentando que “a Ligue 1 é superior à Liga saudita. “Com o Cristiano aprendi a dedicação ao desporto, aquela atitude perante a vitória. Messi é uma inspiração contínua, para nós que temos a sorte de o ver ao nosso lado”, contou Dybala ao Al Arabi Al Jadeed. “Pela forma como viveu a carreira e pela forma como se foi cuidando, o Cristiano marcou-me muito. Talvez ele seja único no futebol. Ele já faz isso há muito tempo…”, salientou o defesa brasileiro Danilo ao TNT Sports.

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“Acho que não treinas o Cristiano Ronaldo. Eu acho que não lhe ensinas muito, é deixá-lo feliz, criar um ambiente, por um ponto de vista tático, pela ideia do futebol, onde o jogador consegue mostrar o seu melhor. O Real para ele foi um momento de transição porque no Manchester United ele era um extremo. Extremo esquerdo, extremo direito, na ala a driblar, a atacar, a ultrapassar os adversários… Em Madrid tornou-se mais no homem golo que foi para o resto da carreira. O primeiro grande jogo que ele jogou como ponta de lança foi no Real-Barcelona, na final da Taça do Rei, onde marcou um golo com um cabeceamento fantástico. Esse foi o início do momento em que as pessoas tiveram um sentimento de que este animal podia ser um homem golo e não apenas um puro extremo”, disse José Mourinho ao podcast Five de Rio Ferdinand.

Os anos passam, alguns hábitos nem por isso: Ronaldo marca (tal como Otávio) e Al Nassr volta a ganhar na Liga saudita

Ronaldo até pode ter passado para outras latitudes (tal como Lionel Messi, neste caso para as Américas) mas tudo o que fez para chegar ao atual patamar deixou marca. Ele, cada vez mais Ele, não quer ficar por aqui aos 39 anos. “Temos trabalhado muito bem. Como o mister disse e bem, não tivemos muitos jogos de preparação e isso ali e acolá nota-se um bocadinho, mas pouco a pouco a equipa vai ganhando a sua forma e mecanismos de jogo. Vamos entrar na rotina que tínhamos há um mês. Vou continuar ao meu nível esta época e iremos atingir os nossos objetivos. A nível pessoal, quero repetir o que fiz no ano passado com um bom começo. Nos próximos cinco meses haverá muitos jogos. Serão meses difíceis, com jogos fundamentais, mas podemos atingir os nossos objetivos”, destacou o avançado após o triunfo diante do Al-Fayha na Champions.

Já com o regresso também ao Campeonato este fim de semana, com um triunfo por 2-1 com mais um golo de Ronaldo (32 e 11 assistências em 33 partidas em 2023/24) e outro de Otávio frente ao Al Fateh, seguia-se a segunda mão dos oitavos da Liga dos Campeões asiática onde nem a vantagem mínima de 1-0 conseguida no primeiro encontro “sossegava” Luís Castro. “Respeitamos o Al Fayha, que joga com diferentes linhas e tem jogadores rápidos no ataque. Vai procurar a vitória e jogará de forma ofensiva. Ainda está tudo em aberto. O nosso objetivo é ganhar e vencer a competição”, destacara o técnico. Mais uma vez, foi em português que se escreveu a história de mais uma vitória por 2-0 que valeu a passagem aos quartos da competição, onde o Al Nassr vai defrontar o Al Ain, dos EAU. E se Ronaldo continua a ser um autêntico Rei junto do público saudita, marcando o terceiro golo noutros tantos jogos em 2024, Otávio começa a não ficar atrás para os adeptos da equipa de Riade pelo que joga, pelo que faz jogar e pelo segundo golo seguido… de cabeça.

Com Talisca e Alex Telles a ficarem de fora pela limitação de cinco estrangeiros nas provas continentais, o Al Nassr não demorou a assumiu o controlo do jogo frente a um Al-Fayha com maiores dificuldades em travar as ações ofensivas da formação de Riade e a tentar assumidamente jogar em transições para a partir daí criar um perigo que na verdade nunca esteve presente. Assim, e já depois de um desvio de cabeça de Abdulelah Al-Amri que saiu por cima (12′), Otávio inaugurou o marcador depois de uma grande assistência de Abdullah Al-Khaibari e consolidou ainda mais a vantagem na eliminatória (16′). Até ao intervalo, Ronaldo ainda teve um desvio de cabeça ao poste após livre de Brozovic mas sem criar oportunidades (34′), sendo que o descanso chegou com o número 7 à beira de um ataque de nervos por um amarelo em período de descontos num lance em que um defesa contrário escorregou, o avançado encolheu-se mas pisou o pé do opositor.

O segundo tempo teria ainda menos história, com Ronaldo a ver um golo anulado por fora de jogo logo a abrir e a ser impedido de festejar depois mais uma grande defesa de Stojkovic que evitou o 2-0 antes de uma maior gestão do triunfo pelo Al Nassr, com a quebra no ritmo de jogo e algumas alterações como a saída de Otávio. No entanto, e entre a total incapacidade do Al-Fayah em termos ofensivos, ainda houve espaço para o golo da ordem de Ronaldo, que aproveitou uma saída mal calculada do antigo guarda-redes do Sporting para ficar com a bola à entrada da área e ter apenas de encostar para a baliza nos minutos finais (86′).