Um mês e meio depois, o regresso das competições oficiais. Durante um mês e meio só se falou de Cristiano Ronaldo, do “título” de melhor marcador do ano civil de 2023 aos três Globe Soccer Awards recebidos no Dubai, passando pela lesão que impediu que defrontasse o Inter Miami de Lionel Messi na goleada por 6-0 do Al Nassr e o regresso na derrota frente ao Al Hilal de Jorge Jesus na decisão da Riade Season Cup (com a imagem que ficou de atirar a medalha de segundo classificado para a bancada), mas agora voltaria a haver razões para falar do avançado pelo que ainda é capaz de fazer aos 39 anos em campo num encontro sem margem de erro naquele que é o grande objetivo desportivo antes do Campeonato da Europa de seleções na Alemanha: conquistar pela primeira vez a Liga dos Campeões asiática. E a primeira mão dos oitavos colocava pela frente outra formação saudita, neste caso o Al-Fayha, na cidade de Majmaa.

“Gosto quando as pessoas duvidam de mim e acabo por ter sucesso”, admite Ronaldo (que ganhou mais três Globe Soccer Awards)

“Estamos prontos para este confronto. O trabalho não foi diferente em relação a qualquer outro jogo. Vou tentar parar ao máximo os erros defensivos que tivemos no jogo de Riade contra o Al Hilal e procurar dar seguimento à força ofensiva da equipa. Não tenho medo de surpresas e o Al-Fayha é uma equipa distinta mas temos de nos focar porque queremos vencer. No futebol, o medo é o inimigo do sucesso e esta matéria não entra no nosso dicionário. Vamos entrar preparados e, respeitando o adversário, dar tudo para sermos bem sucedidos”, apontara Luís Castro, técnico do Al Nassr, no lançamento do regresso às provas oficiais.

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“Nos últimos seis jogos, marcámos 26 golos. As pessoas estão à procura dos erros… Quais serão os cinco jogadores extracomunitários? É difícil escolher. O Ali Lajami está castigado e o Ghareeb está lesionado, tomarei essa decisão mais tarde. Temos vários problemas com as ausências e eles irão afetar as escolhas mas tenho confiança nos 11 que jogarem”, acrescentou o técnico português, não só em relação às críticas feitas à equipa depois de novo desaire diante do Al Hilal mas também à escolha dos “estrangeiros” entre Laporte, Alex Telles, Brozovic, Otávio, Talisca, Sadio Mané e Cristiano Ronaldo. Com uma certeza: o capitão do Al Nassr e da Seleção seria um dos eleitos à procura daquele que poderia ser o primeiro golo do ano de 2024 onde aposta forte também no momento em que se irá apresentar para o Campeonato da Europa de seleções.

Mais uma vez, Ronaldo foi Ronaldo. Não se pode dizer que o avançado tenha feito uma grande exibição e até houve uma oportunidade flagrante daquelas em que falha uma em dez que não deu golo mas, no momento da verdade, foi o número 7 que apareceu para dar a vitória ao Al Nassr frente a um Al Fayha sem expressão no plano ofensivo mas que voltou a ser um opositor difícil de ultrapassar em termos defensivos. Primeiro jogo, primeiro golo e primeiro triunfo do ano que começou ainda com… uma nova celebração.

Depois de uma primeira parte com poucos motivos de interesse e apenas duas ocasiões, num cabeceamento ao lado após livre lateral de Laporte (15′) e de uma defesa por instinto do ex-sportinguista Stojkovic a um remate de Ronaldo na área sozinho de marcação e com todo o espaço (45+1′), o segundo tempo adensou a pressão do Al Nassr no meio-campo do Al Fayha mas com várias oportunidades falhadas e mais defesas do guarda-redes sérvio até ao minuto 81, altura em que Ronaldo combinou da melhor forma com Brozovic à entrada da área antes do chapéu a Stojkovic que assinalou com nota artística a vitória neste regresso às provas oficiais que colocou a equipa mais próxima da passagem aos quartos da Champions asiática. Fashion Sakala, no último minuto de descontos, ainda criou perigo junto da baliza do Al Nassr num remate prensado num defesa contrário mas a bola acabou por sair para canto e o árbitro finalizou nesse momento o encontro.