A atividade empresarial na zona Euro caiu em fevereiro pelo nono mês consecutivo, embora ao ritmo mais lento em oito meses, devido a “uma estabilização da atividade no setor de serviços” que contrabalançou uma “nova forte desaceleração” na indústria.

O Purchasing Manager’s Index (PMI) de atividade na zona Euro do Banco Comercial de Hamburgo (HCOB), elaborado pela S&P Global – que integra a IHS Markit – e publicado esta terça-feira, subiu para 48,9 pontos em fevereiro, um máximo dos últimos oito meses e mais um ponto que em janeiro (47,9 pontos), embora ainda abaixo dos 50 pontos que separam o crescimento da contração.

Assim, os dados sugerem que nestes primeiros meses de 2024 “a contração mais profunda da economia da zona euro desde 2013 – excluindo os primeiros meses da pandemia” persistiu, embora o ritmo de declínio mostre “sinais de moderação para o primeiro trimestre”.

Em fevereiro, a produção da indústria transformadora na zona euro caiu pelo décimo primeiro mês consecutivo e a taxa de declínio voltou a acelerar, enquanto as novas encomendas de produtos caíram acentuadamente.

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Quanto ao setor dos serviços, a atividade empresarial estabilizou em fevereiro, após seis meses de deterioração constante.

Por países, a atividade total caiu de forma particularmente acentuada na Alemanha, diminuindo pelo oitavo mês consecutivo e ao ritmo mais rápido desde outubro de 2023, e também contraiu em França, mas este declínio foi o menor registado desde o início do abrandamento económico em junho do ano passado.

Nos restantes países da zona euro a atividade total cresceu pelo segundo mês consecutivo e registou a melhoria mensal mais forte desde maio de 2023, com um crescimento mais rápido no setor dos serviços e uma estabilização na produção da indústria transformadora.

O emprego aumentou pelo segundo mês consecutivo em fevereiro e, embora tenha sido “apenas modesto”, foi “o mais forte desde julho de 2023”, embora com “divergências notáveis entre os setores”, com a indústria transformadora a reduzir a um ritmo “cada vez mais rápido” e os serviços “a atingir um máximo de oito meses”.

Norman Liebke, economista do HCOB, considera que “há um vislumbre de esperança, uma vez que a zona euro avança lentamente na direção da recuperação“, embora considere que “a Alemanha está a funcionar como um travão ao crescimento” e que “a França está a recuperar mais solidamente, tanto no setor dos serviços como no da indústria transformadora”.

Uma explicação possível para este fenómeno poderia ser o aumento da atividade turística, que beneficia mais a França do que a Alemanha, sublinha Liebke em comunicado.

Na sua opinião, o setor da indústria transformadora é “o fardo que abranda a economia europeia” devido ao “declínio acentuado da produção e ao seu efeito negativo nas novas encomendas”.

O crescimento dos custos médios conjuntos dos fatores de produção dos produtores e prestadores de serviços acelerou pelo segundo mês consecutivo, atingindo o nível mais elevado desde maio de 2023.

A inflação dos custos dos fatores de produção no setor dos serviços subiu para um máximo de nove meses e os preços no setor da indústria transformadora caíram ao ritmo mais lento em 11 meses.

A inflação dos preços de venda também acelerou, aumentando pelo quarto mês consecutivo em fevereiro, atingindo também o seu nível mais elevado desde maio de 2023.