Três anos depois de ter apresentado o seu primeiro superdesportivo híbrido, o McLaren Artura, o construtor britânico amplia a família com a adição da variante descapotável, já disponível para reserva por valores a partir de 273.800€ (em Espanha). Com mais 20 cv do que o coupé que lhe serve de base, o Artura Spider é um convite a desfrutar da condução a céu aberto, mas o facto de ser um descapotável com 700 cv não é o único dos seus atributos, pois às prestações dignas de um superdesportivo alia um consumo de passarinho: 4,8l/100 km, de acordo com o ciclo combinado do protocolo europeu WLTP. O “truque” para conter a voracidade do V6 passa pelo motor eléctrico, alimentado por uma pequena bateria, que lhe permite percorrer 33 km em modo zero emissões. E, por isso, o Artura Spider é elevado ao estatuto de “o descapotável da McLaren mais eficiente em consumo de combustível da história” da marca.
Continuando a ser um híbrido plug-in, tal como o coupé, o Spider combina um V6 a gasolina de 3,0 litros biturbo, que entrega 605 cv às 7500 rpm, e um motor eléctrico de 95 cv, integrado na caixa de velocidades e alimentado por uma bateria com 7,4 kWh. O acumulador, com um peso de 88 kg, demora 2,5 horas a ser recarregado (até aos 80%). Os 700 cv de potência e 720 Nm de binário máximo são passados às rodas traseiras através de um diferencial de controlo electrónico, com a transmissão de oito velocidades a ter sido revista em termos de calibração, de modo a assegurar passagens de caixa 25% mais rápidas, face ao Artura original. Para “apimentar” ainda mais o seu descapotável, a McLaren tratou também de mexer na suspensão, cujo controlo proactivo de amortecimento aumentou até 90%, o que garante uma “digestão” mais eficaz das variações do piso e uma resposta mais pronta às solicitações do condutor.
Como se tudo isto não bastasse, o charme do Artura Spider recai naquele que é o seu elemento diferenciador, o tejadilho rígido retráctil, uma só peça que abre e recolhe em apenas 11 segundos, em andamento até aos 50 km/h de velocidade, para o que intervêm nada menos que oito motores eléctricos. Dois actuam o painel em fibra de carbono e compósito, outro par abre e fecha o capot traseiro, outros dois tratam das coberturas aerodinâmicas, um acciona os vidros e, por fim, outro trata de “trancar” o hardtop. Tudo isto no maior dos silêncios e ao simples toque de um botão, seja através da chave do veículo ou do comando específico no interior do Artura Spider.
Como seria de esperar de um construtor com os pergaminhos da McLaren, o peso foi uma das preocupações da equipa de engenharia que conseguiu que, face ao coupé, o novo descapotável só visse o ponteiro da balança subir mais 62 kg, pelo que o fabricante se gaba da ligeireza da sua criação, dizendo que o Artura Spider supera a concorrência em até 83 kg, alcançando uma relação peso/potência de 480 cv/tonelada. Com um peso a seco de 1457 kg, o dois lugares inglês, que vai começar a chegar aos primeiros clientes a partir de meados do ano, é ágil na resposta ao acelerador. Os 100 km/h ficam para trás ao fim de apenas 3,0 segundos, bastando 8,4 segundos para ir de 0-200 km/h. Com arranque parado, os 300 km/h são alcançados em 21,6 segundos, pelo que não é preciso esperar muito mais para atingir a velocidade máxima, que está limitada a 330 km/h. E porque com prestações deste tipo há que garantir a refrigeração da mecânica, o Artura Spider conta com quatro sistemas independentes destinados a aumentar o fluxo de ar do motor e a dissipar o calor. Idêntica preocupação com o sistema de travagem, com discos em carbocerâmica e pinças de alumínio, merecendo o descapotável uma revisão da calibração do ABS, de modo a conseguir “serenar” de 100 a 0 km/h em 31 metros. Mais lançado, de 200 km/h a parado, o Artura Spider percorre 124 metros durante a travagem.
No interior, o volante está despido de comandos, mas deixa bem à mão aquilo que verdadeiramente interessa, as patilhas para a troca de relações, sendo que o condutor se pode divertir essencialmente com dois modos de condução, Track e Sport. Quando a viagem não visa a adrenalina, o Confort é o modo mais adequado, existindo ainda o “E” que, como a vogal sugere, corresponde à locomoção exclusivamente eléctrica. Ao centro encontra-se um ecrã táctil de alta definição, disposto na vertical, que corre o sistema de infoentretenimento e conectividade do construtor, além de controlar diversos sistemas de assistência ao condutor. A propósito, uma das novidades estreadas pelo Spider é o aviso de ângulo-morto, sendo que de série o superdesportivo inglês oferece o alerta de saída da via de rodagem e o reconhecimento dos sinais de trânsito.
Segundo a marca, o incremento de potência trazido pela versão descapotável passa a estar igualmente disponível para as anteriores unidades do coupé, sem qualquer custo adicional.