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Dezenas de cidadãos russos estão esta sexta-feira concentrados junto à embaixada da Rússia em Lisboa, numa homenagem a Alexei Navalny, falecido opositor do Kremlin, cujo funeral decorreu ao início da tarde em Moscovo.
Alexei Navalny. O funeral que o Kremlin mais temia levou milhares às ruas
No dia das cerimónias fúnebres de Navalny, a associação Russos Livres convocou uma concentração com início às 18h00, mas minutos antes Peter e o seu companheiro já estavam no local, em silêncio, tendo trazido um molho de tulipas multicolores em homenagem ao opositor do Kremlin.
“Foi duro” assistir às imagens do funeral do ativista, reconheceu à Lusa este jovem russo, que chegou há menos de um ano a Portugal “por causa da guerra” e prevê continuar no país.
Mesmo quem não concorde com tudo o que Navalny dizia, adiantou, não pode deixar de reconhecer a sua importância na luta contra o regime imposto por Vladimir Putin.
A alguns metros do edifício da Embaixada, flores e fotos de Navalny vão sendo penduradas numa árvore já de ramos apinhados, e na base da qual são continuadamente colocados ramos de flores e acesas velas e lamparinas.
Outra jovem que marcou presença na concentração desta tarde, Catarina, frisou que Navalny é “uma figura importante” que tem inspirado as gerações mais jovens e as tem “politizado“.
“Um símbolo” e uma “inspiração”, resume a jovem, para quem Navalny já fez a diferença.
Navalny foi sepultado esta sexta-feira no cemitério de Borissovo, em Moscovo, rodeado de familiares e amigos, e com milhares de pessoas a marcar presença nas imediações da igreja.
A polícia russa deteve esta sexta-feira pelo menos 45 pessoas em manifestações a favor do opositor Alexei Navalny, segundo a organização não-governamental especializada OVD-Info.
A maioria das detenções ocorreram em cidades que não a capital, indicou o grupo independente de defesa dos meios de comunicação social e dos direitos humanos que se dedica ao combate à repressão na Rússia.
Cartazes contra Putin, outros com palavras a honrar Navalny e um microfone aberto para quem quiser discursar são outras das formas de os cidadãos russos encontraram para se expressar num dia de luto.
Crítico declarado do regime do Presidente russo, Vladimir Putin, e carismático defensor da luta contra a corrupção, Navalny morreu aos 47 anos em circunstâncias ainda pouco claras.
Os serviços prisionais disseram que sofreu um colapso súbito após uma caminhada na colónia penal do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos por extremismo e a certidão de óbito menciona causa natural.
Os seus apoiantes, a viúva Yulia Navalnaia e muitos líderes ocidentais acusam Putin de ser o responsável pela morte de Navalny.
A presidência russa negou estas acusações.