Há três anos Tiago Mayan Gonçalves transformou-se numa das estrelas da Iniciativa Liberal, quando foi escolhido para candidato presidencial e surpreendeu parte do país com a performance e os resultados. Na disputa interna para a sucessão de João Cotrim de Figueiredo, tornou-se um dos mais conhecidos apoiantes de Carla Castro contra Rui Rocha. Depois, criticou duramente a decisão de convidar a ex-candidata para um lugar entre 5ª e 7ª na lista por Lisboa, bastante abaixo do lugar de há dois anos.
Este sábado, Mayan foi um dos cerca de 300 simpatizantes da Iniciativa Liberal que se deslocou ao Hard Club, no Porto, para ver os discursos de Rui Rocha e Carlos Guimarães Pinto, num sinal de que apesar das discordâncias em relação à cúpula do partido continua a apoiar a Iniciativa Liberal.
“Nem hesitei em vir, tenho estado sempre que possível com o partido, estive à tarde numa ação em Lousada. Hoje aqui estou”, afirmou ao Observador. “Não preciso de ser contactado por ninguém para aparecer em eventos do meu partido”.
Elogiou a prestação de Rui Rocha nos debates televisivos e gostou do discurso que tinha acabado de ouvir, o que reforça as razões para esperar que os objetivos sejam atingidos: “Internamente estão definidos os objetivos: 7,5% e 12 deputados. Se os objetivos não forem atingidos, vamos ter de analisar. Não sou eu que decido a estratégia. Isto é um desafio para qualquer partido. Os resultados contam. Mas independentemente dos resultados, tem de haver oportunidade para internamente discutir muita coisa”.
Um dos assuntos sobre o qual Tiago Mayan admite discutir internamente é precisamente a saída de Carla Castro: “Falei disso na altura. Entretanto temos estas eleições de dia 10. Depois é que podemos ter oportunidade dentro do partido de pensar em tudo isso.”
“Eu tenho de respeitar a decisão pessoal da Carla Castro, tal como respeitei a decisão pessoal do João [Cotrim de Figueiredo], de sair da presidência a meio do seu mandato e tomar esta opção que tomou, há um ano”, afirmou, para acrescentar: “Tenho muita pena de não podermos contar com a Carla Castro nas nossas listas, mas temos de contar com os que estão. Se a Carla tomou esta opção, do ponto de vista dela é porque é irreversível”.
Carlos Guimarães Pinto traz a avó para a campanha e faz apelo emotivo contra o voto útil na AD