Os lucros da Redes Energéticas Nacionais (REN) subiram 33,5% para 149,2 milhões de euros em 2023, num ano marcado por um recorde de produção renovável no sistema elétrico nacional — que abasteceu 61% do consumo — e em que o consumo de gás natural diminuiu 20,7%, recuando para níveis de 2014.
Em comunicado, a REN destaca “uma sólida performance operacional” com o EBITDA (margem bruta) a crescer 5,5% para os 514 milhões de euros, o que é explicado pelos contributos positivos do mercado nacional (mais 19,3 milhões de euros) e internacional (mais 7,4 milhões de euros). Os resultados recorrentes, excluindo elementos extraordinários, fixaram-se nos 125 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 15% face a 2022.
A REN sinaliza que o consumo de eletricidade manteve-se estável face a 2022, mas diz que o consumo de gás natural voltou a cair, o que é também um reflexo do aumento da produção de fontes renováveis, sobretudo hídricas, devido à recuperação dos níveis de água nas barragens.
A energia eólica foi a principal fonte renovável, abastecendo o equivalente a 25% do consumo, seguida da hídrica, com uma quota de 23%. A produção de energia solar representou 7%, mas teve um crescimento de 43% face a 2022, com a REN a destacar o “papel fundamental” das redes de transporte que gere na integração desta produção.
A empresa que gere as redes elétricas e de gás e o terminal de gás natural liquefeito de Sines aumentou em 50% o investimento para 301,5 milhões de euros, no quadro do apoio às metas da política energética e também do desenvolvimento de projetos que estavam atrasados na sua execução.