Para além das eleições terem sido renhidas, há várias curiosidades nos resultados das legislativas domingo. Por exemplo, na terra natal de Luís Montenegro, Espinho, a AD venceu por uma unha negra, enquanto na de Pedro Nuno Santos, S. João da Madeira, o PS obteve uma vitória confortável (mas António Costa, em 2022, tinha conseguido um resultado melhor).

Ficam 12 curiosidades destas eleições.

Aliança Democrática ganhou concelho de Espinho por apenas 47 votos

Luís Montenegro nasceu e cresceu em Espinho e foi vereador na câmara municipal da cidade. Mesmo assim, o resultado no concelho foi renhido. A Aliança Democrática obteve 6.756 votos, enquanto o PS conquistou 6.709. As duas forças políticas ficaram separadas apenas por 47 votos.

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No que diz respeito ao concelho, a votação foi díspar. Na freguesia de Espinho, a AD levou a melhor e obteve 41,37% contra 26,46% do PS. No entanto, nas outras três freguesias que compõem o concelho, os socialistas acabaram vencedores: Anta e Guetim, Silvalde e Paramos.

PS e Pedro Nuno Santos vencem em São João da Madeira (mas António Costa conseguiu um melhor resultado)

O secretário-geral do PS nasceu em São João Madeira, um concelho que tem apenas uma freguesia. Os resultados mostram que Pedro Nuno Santos venceu na sua terra natal com 37,39% dos votos contra 29,31% da Aliança Democrática.

Mesmo assim, nas legislativas de 2022, António Costa obteve um melhor resultado. O primeiro-ministro demissionário obteve 45,30% dos votos, ao passo que o PSD na altura se ficou por 30,33%.

Algueirão-Mem Martins: na terra de Ventura, a última freguesia a ser apurada, venceu o PS

A maior freguesia do país foi a última a terminar de contar os votos que os eleitores depositaram ao longo deste domingo. Eram 36.698 no total. Na terra de André Ventura, o PS foi vencedor com 27,96% (10.260 votos), mas não por muito. O Chega ficou próximo, em segundo lugar, com 22,71% (8.335 votos).

Na freguesia de Alvito, onde nasceu Mariana Mortágua, PS venceu por um voto

A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, nasceu em Alvito, no distrito de Beja. O concelho foi ganho pelo PS, com 28,55% dos votos, enquanto o Chega ficou em segundo, com 24,82%. O BE ficou apenas em quinto (sendo ainda superado pela AD e pela CDU), tendo obtido 6,81%.

Em concreto na freguesia do Alvito, o PS apenas ganhou por um voto. Os socialistas conseguiram reunir 153 votos, enquanto o Chega ficou em segundo lugar, com 152 votos. O BE foi novamente quinto, com 54 votos.

Na terra de Cavaco Silva, o Chega foi rei

Em Boliqueime, a freguesia em que nasceu o antigo Presidente Aníbal Cavaco Silva, o Chega foi “rei” e venceu com 30,19% e 763 votos. Em segundo lugar ficou a AD (com 26,95%) e em terceiro o PS (com 20,66%).

ADN conseguiu 4,6% em dois concelhos de Viseu

A Alternativa Democrática Nacional (ADN) foi uma das maiores surpresas destas eleições. Do lado da Aliança Democrática (AD), houve queixas sobre os eleitores terem confundido as duas siglas, numa das polémicas do dia. Certo é que o partido ficou em quarto lugar em distritos como Bragança, Vila Real ou Viseu, onde a AD teve um melhor resultado.

Olhando com mais pormenor para o mapa, em Viseu, há dois concelhos que se destacam: São João da Pesqueira e Vila Nova de Paiva. Em ambos, o ADN obteve 4,6% dos votos, o resultado mais expressivo do partido em Portugal.

PS ganhou todos os concelhos de Évora, Beja e Setúbal

No Centro e no Sul, o PS dominou. Houve três distritos em que os socialistas venceram em todos os concelhos: Évora, Beja e Setúbal. Já em Portalegre, o PS apenas não ganhou Elvas, onde o Chega levou a melhor.

A vitória do Chega em Elvas

Em Portalegre, o partido de André Ventura ficou em segundo lugar, atrás do PS. Porém, curiosamente, é num concelho desse distrito que encontra o seu melhor resultado destas legislativas: em Elvas venceu com 36,53% (4.150 votos).

Em Boticas, a AD teve o seu melhor resultado

Foi num concelho no distrito de Vila Real, onde elegeu um total de dois deputados, que a coligação AD teve o seu melhor resultado. Na região de Boticas obteve 58,05% e 2.117 votos.

Gavião foi a região que mais votou PS

Foi em Portalegre, um dos distritos em que venceu e conseguiu eleger um deputado, que o PS teve a maior votação. Na região de Gavião conseguiu 47,4% e 994 votos.

A maior abstenção registou-se nos Açores, a menor em Braga

As eleições legislativas deste 10 de março viram os números da abstenção descer (33,8%, menos 8,3% do que em 2022). A região onde mais eleitores não exerceram o direito ao voto foi Ribeira Grande, nos Açores. Aí, 61,5% da população não se dirigiu às urnas. No continente, a região com a abstenção mais elevada foi Bragança (45,9%), distrito ‘repetente’, uma vez que já há dois anos tinha recebido essa ‘distinção’ (com 52,2% de abstenção).

Em sentido contrário esteve Braga: este ano registou a menor abstenção, de 28,7%, e em 2022 também já tinha sido o distrito onde menos eleitores se tinham abstido de votar (36,3%).

Parlamento terá menos mulheres na próxima legislatura

O parlamento português terá menos deputadas na próxima legislatura, depois de terem sido eleitas este domingo 76 mulheres, que vão ocupar 33,6% dos 226 mandatos já atribuídos. Depois de a lei da paridade ter sido revista em 2019, passando a fixar em 40% a percentagem mínima de cada um dos sexos nas listas eleitorais, os resultados das legislativas de 2022 já tinham ficado aquém: as 85 eleitas representavam 37,0% do parlamento.

De acordo com os resultados provisórios das legislativas de domingo divulgados pelo Ministério da Administração Interna, quando faltam contar apenas os votos dos círculos da Europa e Fora da Europa (quatro mandatos no total), essa meta ficou agora mais longe.

Entre os nove partidos com representação no parlamento na próxima legislatura foram eleitas apenas 76 mulheres.