Pavel Durov, o dono do Telegram, admite fazer um IPO (oferta pública inicial) da empresa. Em entrevista ao Financial Times (FT), a primeira desde 2017, o “Mark Zuckerberg da Rússia” indica que a aplicação de mensagens já atingiu 900 milhões de utilizadores. Em 2021, rondava os 500 milhões de utilizadores.

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Durov criou o Telegram em 2013, com o irmão, que é ainda hoje diretor tecnológico da empresa. Depois de contratempos com o Kremlin, que tentou bloquear o acesso à app, Durov mudou-se para o Dubai, onde está a sede da empresa.

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Ao FT, Pavel Durov refere que a popularidade e as receitas do Telegram estão a crescer. Desde que foram apresentados há dois anos os planos de subscrição do Telegram – um suportado por publicidade e outro subscrição premium – que a empresa está a gerar “centenas de milhões de dólares” de receitas. No entanto, não avança números concretos, mas prevê que a empresa “dê lucro no próximo ano, não este ano”.

Durante a entrevista, explica que já recebeu ofertas de potenciais investidores, que avaliaram a aplicação em “30 mil milhões de dólares”. No entanto, tem recusado os investimentos, pelo menos enquanto analisa o cenário de um IPO.

O dono da app de mensagens considera que, através de uma entrada em bolsa, será possível “democratizar o acesso ao valor do Telegram”. “A principal razão pela qual começámos o processo de monetização tem que ver com o facto de querermos continuar independentes”, explica.

Duas fontes próximas do processo avançaram ao jornal que o Telegram estará a ambicionar uma entrada em bolsa em Wall Street. Por enquanto, o fundador evita comentários sobre onde e quando quer que a entrada ocorra, explicando que a empresa está a “estudar várias opções”.

O Telegram tornou-se numa ferramenta de comunicação relevante, usada por governos e entidades oficiais um pouco por todo o mundo. No entanto, o facto de ter menos moderação, uma vez que a empresa só tem 50 funcionários, também tornou a app num viveiro para fenómenos como grupos de cibercrime, conteúdos extremistas e de desinformação, segundo apontam especialistas em redes sociais. Alguns críticos da plataforma, nota o FT, até sugerem que o Kremlin possa ter ligação ou alguma influência no Telegram, alegações negadas por Durov, que fala em informação “imprecisa”.

Antes de fundar o Telegram, Durov co-fundou em 2007 a rede social VKontakte (VK), a mais popular da Rússia, ganhando o cognome de “Mark Zuckerberg da Rússia”. Fugiu da Rússia em 2014, um ano após lançar o Telegram, depois de se recusar a partilhar com os serviços de informação da Rússia informações sobre utilizadores ucranianos da rede social VKontakte. Anos depois, Durov diz que vendeu as ações da VK a oligarcas próximos do Kremlin, por 300 milhões de dólares (275 milhões de euros).

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Após a fuga, Durov radicou-se no Dubai. Em 2021, tornou-se cidadão francês. De acordo com a Forbes, tem um património estimado de 15,5 mil milhões de dólares (14,2 mil milhões de euros).