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Representantes das Nações Unidas (ONU) saudaram esta terça-feira a abertura de um corredor marítimo para Gaza, mas destacaram a importância das rotas terrestres para uma prestação de ajuda em grande escala ao enclave.

Num comunicado conjunto, a coordenadora da ONU para a reconstrução de Gaza, Sigrid Kaag, e o diretor executivo do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), Jorge Moreira da Silva, saudaram a abertura do corredor marítimo para prestar a “tão necessária assistência humanitária adicional por via marítima” ao enclave palestiniano e elogiaram a liderança do Chipre nessa iniciativa, assim como o apoio prestado pela Comissão Europeia, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.

Contudo, para a prestação de ajuda em grande escala, “não há substituto significativo para as muitas rotas terrestres e pontos de entrada de Israel para Gaza“, salientaram os dois representantes, acrescentando que as rotas terrestres do Egito, de Rafah em particular, e da Jordânia “também continuam a ser essenciais para o esforço humanitário global”.

“O corredor marítimo traz, no entanto, a adicionalidade necessária e faz parte de uma resposta humanitária sustentada para fornecer ajuda tão eficazmente quanto possível através de todas as rotas possíveis”, defenderam.

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Segundo o comunicado, uma equipa técnica conjunta dos gabinetes de Moreira da Silva e de Sigrid Kaag estão atualmente no Chipre a trabalhar com autoridades nacionais e parceiros, de acordo com o novo Mecanismo da ONU para Gaza estabelecido ao abrigo de uma resolução aprovada pelo Conselho de Segurança.

Um navio com 200 toneladas de ajuda humanitária partiu este terça-feira do porto cipriota de Larnaca, sendo este carregamento um teste para a abertura de um corredor marítimo para fornecer ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde a fome se espalha cinco meses após o início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.

Navio com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza zarpou do Chipre

As organizações dizem que é quase impossível entregar ajuda em grande parte do território devido às restrições israelitas, às hostilidades em curso e ao colapso da lei e da ordem, depois de a força policial dirigida pelo Hamas ter desaparecido em grande parte das ruas.

Não está ainda claro quão eficazes serão as entregas marítimas na resposta à catástrofe humanitária, uma vez que ainda haverá dificuldades na entrega da ajuda quando esta estiver dentro de Gaza.

A guerra já matou mais de 30 mil palestinianos e expulsou cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza das suas casas.

A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza provocou mais de 31.100 mortos em cinco meses, segundo as autoridades do governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.

Israel declarou guerra ao Hamas depois de ter sofrido um ataque sem precedentes em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.