A Escola Secundária Seomara da Costa Primo, na Amadora, abriu um inquérito interno para apurar o eventual envolvimento de estudantes numa rixa que aconteceu no exterior, na quinta-feira à tarde, disse à Lusa o diretor do agrupamento.
Em declarações à Lusa, Rui Fontinha, diretor do Agrupamento de Escolas Amadora Oeste, no distrito de Lisboa, começou por sublinhar que o incidente — uma rixa entre grupos de jovens, antes confirmada à Lusa pela Polícia de Segurança Pública (PSP) — ocorreu “debaixo de um viaduto, a 150 metros” da escola, de onde nem era possível visualizar o que estava a acontecer.
Segundo relatou, o estabelecimento de ensino vem à baila do caso porque foi invadido por jovens que ali não estudam e que, “em fuga”, saltaram os torniquetes.
“Há um grupo que vem a perseguir outro grupo e corre na direção da escola. Eram 10 a fugir, seis entraram, três saltaram os torniquetes e três passaram com cartão“, o que quer dizer que estudam no estabelecimento, contou Rui Fontinha.
Nessa altura, e como estabelece o plano de segurança da escola em caso de entrada ilegal, os portões foram fechados e a direção chamou de imediato a PSP, que, segundo Rui Fontinha, chegou em poucos minutos.
A PSP confirmou à Lusa, esta manhã, que se tratou de uma rixa entre jovens e que identificou quatro pessoas, entre os 18 e os 19 anos, que, nas imagens de videovigilância, apareciam com armas brancas.
Porém, a PSP não conseguiu apreender quaisquer armas, ainda que um dos jovens tenha confessado que estava na posse de uma faca, que deitou no lixo, mas que não foi encontrada.
Os seis jovens que entraram na escola — saltando torniquetes ou passando o cartão — não causaram quaisquer incidentes com alunos, funcionários ou professores, realçou o diretor, acrescentando que “não houve interrupção de aulas”.
Os três jovens que estudam na escola já começaram a ser ouvidos, no quadro do inquérito interno, mas já foi possível apurar que “nenhum tinha armas” na sua posse.
Aparentemente, e segundo os dados da polícia, “não tiveram nada a ver com aquilo, mas apenas foram ver, por curiosidade”, adiantou Rui Fontinha.
Preocupado com a imagem da escola — onde nunca houve episódios de violência, garante —, Rui Fontinha compreende “o alarme da comunidade educativa”, mas critica o teor de algumas declarações feitas à comunicação social. “Apanhamos por tabela”, desabafa.
O diretor recordou que a escola fica situada numa “zona complexa”, onde a delinquência juvenil está presente, mas que “é excelente” e investiu em videovigilância”, tendo 24 câmaras a funcionar.
Este e outros estabelecimentos de ensino são acompanhadas pelo programa Escola Segura, da PSP.