Deu uma entrevista ao jornal neerlandês De Telegraaf que foi publicada no sábado, saiu dos convocados ao final desse dia, vai juntar-se agora à seleção da Turquia para os jogos particulares com Hungria e Áustria, só no regresso deveria haver alguma novidade em relação ao caso que abalou o universo do Benfica durante este fim de semana. No entanto, a seguir à reação de Roger Schmidt após o triunfo dos encarnados frente ao Casa Pia em Rio Maior, Orkun Kökçü quebrou o silêncio. Ao contrário de outros episódios, o médio não veio propriamente fazer um pedido de desculpas pelas palavras mas tentou explicar o porquê das mesmas.

“Nunca senti que me davam a devida importância. Vi como outros são reconhecidos em Portugal.” Kökçü explode e deixa recado a Schmidt

“A primeira coisa que quero dizer é que tenho o maior respeito pelo treinador e pelas pessoas do clube. No futebol de alto nível todos os detalhes contam. Só se as coisas estiveram todas bem é que podemos ganhar troféus. Isso também significa sermos críticos uns com os outros. Já discuti a minha visão no clube de forma interna. Aceito as consequências e vou agora viajar para a seleção nacional”, começou por escrever o internacional turco numa mensagem publicada nas suas redes sociais com o equipamento do Benfica.

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“Voltarei dentro de duas semanas para dar tudo pelo Benfica e pela equipa. Farei de tudo o que puder para dar títulos aos adeptos e a este incrível clube. O verdadeiro Orkun só quer uma coisa: vencer!”, acrescentou ainda o jogador contratado ao Feyenoord este verão, naquela que foi a maior transferência de sempre do conjunto da Luz. “Estou sempre aqui, para lutar por ti”, concluiu, neste caso em português.

“Fui à seleção logo depois de ter assinado o contrato. Depois disso, não ouvi muita coisa até me apresentar no clube. Apresentação no estádio? Não, tudo aconteceu muito rápido. Não pensei muito nas coisas durante o verão e sou uma pessoa bastante modesta por natureza. Claro que vi a maneira como outros jogadores são reconhecidos em Portugal e nos outros clubes grandes. Isso cria um certo estatuto. Desde o início, nunca senti que me davam a devida importância, nem mesmo da parte do treinador. Não sou o tipo de pessoa que dá murros na mesa e faz exigências, mas talvez tenha sido modesto por causa do papel que me atribuiu”, tinha apontado Orkun Kökçü na entrevista concedida ao jornal neerlandês De Telegraaf.

“Sou o tipo de jogador que dá mais à equipa se me derem liberdade. É isso que me faz querer dar mais. Sei que estou ao meu melhor nível nessas circunstâncias. Mesmo durante o Ramadão, isso é algo que não me afeta. Schmidt dá-me todo o tipo de tarefas e isso é algo que não é necessário caso queiras tirar partido das minhas qualidades. Arranjo soluções em campo por mim mesmo, penso mais à frente e sou conhecido pelos passes progressivos. Até nesta temporada, os meus números dizem isso mesmo. Posso fazer muito mais no Benfica, e a minha frustração pode estar relacionada com isso. Banco e substituições ao longo da época? Fiquei irritado e desapontado com isso. É precisamente nesses momentos que percebo que posso dar muito mais à equipa”, acrescentou o médio na mesma entrevista publicada no passado sábado.

Arthur guardou as palavras para falar em campo (a crónica do Casa Pia-Benfica)

“Se dás uma entrevista como aquela não podes estar na equipa. Tive a oportunidade de ler tudo mas ainda não falei com ele. Vou falar com ele quando regressar dos compromissos com a seleção. Não foi bom o que ele fez, toda a gente sabe, foi negativo para a equipa e para todos mas especialmente para ele. É uma grande pessoa, um grande jogador, mas não sei o que aconteceu para dar uma entrevista destas. Tem tido muitos jogos pelo Benfica, esteve bem, estava tudo equilibrado e agora dar uma entrevista destas que surge basicamente do nada. Tenho de falar com ele mas não estamos contentes com estas palavras e isso é muito claro”, comentou Roger Schmidt à SportTV depois do triunfo do Benfica frente ao Casa Pia por 1-0.

“Se dás aquela entrevista, não podes estar na equipa”: Schmidt deixa palavras duras a Kökçü (que falhou convocatória por castigo interno)

“Era impossível estar na equipa para um jogo importante como este. O foco ontem e hoje estava neste jogo porque era o mais importante. Esta entrevista não se enquadra no perfil do Orkun porque é uma grande pessoa e um grande jogador. Não sei por que motivo deu esta entrevista. Estava tudo bem, tudo equilibrado. Neste momento não consigo mesmo compreender. Coloca-se numa posição muito complicada. Espero que regresse com a cabeça no sítio e focado porque é um jogador importante para o Benfica”, completou depois o técnico dos encarnados, já na sala de imprensa no Estádio Municipal de Rio Maior.