Cerca de 3,3 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar em Moçambique, devido à seca e inundações, disse esta terça-feira a secretária executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN), Leonor Mondlane.
“Neste momento, temos um estudo pós-choque de 2023, que estimou em cerca de 2,3 milhões de pessoas que estão em insegurança alimentar e projetou, até março, 3,3 milhões”, afirmou Mondlane, sobre o total de pessoas atualmente nessa situação.
Aquela responsável falava aos jornalistas, à margem do painel dos sistemas alimentares, uma plataforma online que passa a agregar dados de várias instituições sobre produção, transporte e consumo de alimentos.
Leonor Mondlane avançou que uma nova avaliação será feita em abril para o apuramento do quadro sobre segurança alimentar e nutricional no país, tendo em conta que se trata de “um processo dinâmico”.
“Vamos atualizar esses indicadores, agora, em abril, mas a projeção até março é de 3,3 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional decorrente de inundações, secas, entre outros”, enfatizou a secretária executiva do SETSAN.
Leonor Mondlane declarou que o referido grupo de pessoas em situação de insegurança alimentar depende de assistência do Governo e de parceiros nacionais e internacionais.
As pessoas necessitadas incluem vítimas de ataques armados na província de Cabo Delgado e na província de Nampula, ambas no norte de Moçambique, acrescentou Leonor Mondlane.
Mondlane assinalou que mais de 300 escolas de todo o país estão abrangidas por um programa de distribuição de lanche escolar para reter os alunos afetados pela fome nos estabelecimentos de ensino.
Sobre o painel dos sistemas alimentares lançado esta terça-feira em Maputo, a secretária executiva do SETSAN afirmou tratar-se de um instrumento importante para a harmonização de informação sobre a insegurança alimentar e desnutrição no país, sustentando que os dados disponíveis estão dispersos e fragmentados.
“O objetivo é mesmo de trazer informação para que se cumpra o papel didático de informar e harmonizar aquilo que é o entendimento sobre prevenção e combate à insegurança alimentar e desnutrição crónica no país”, declarou.
A ferramenta, prosseguiu, vai ajudar as instituições do Estado e outros utilizadores na formulação de políticas e estratégias.