Os serviços secretos dos EUA têm informações que confirmam a reivindicação do grupo ISIS-K, ramo do Estado Islâmico, pela autoria do ataque terrorista na sala de concertos Crocus City Hall, na sexta-feira, perto de Moscovo.
O ISIS-K (Islamic State Khorasan), emergiu na zona leste do Afeganistão, nos finais de 2014 e rapidamente estabeleceu uma reputação de extrema violência. Mas o número de membros do grupo entrou em declínio em 2018, após sofrer várias baixas provocadas pelos talibãs e as forças norte-americanas, avança a Reuters.
Em março do ano passado, o general norte-americano Michael Kurilla tinha avisado o comité de Serviços Armados do Senado sobre o grupo, estimando que o ramo do Estado Islâmico estaria preparado para uma “operação externa contra os Estados Unidos ou interesses ocidentais do país no estrangeiro” em menos de seis meses. Pressionado sobre onde é que os ataques do grupo afegão poderiam vir a ter lugar, Kurilla previu que a Europa ou a Ásia seriam alvos mais prováveis que os EUA.
Desde a retirada das tropas do Afeganistão em 2021, os EUA afirmam que a sua capacidade de reunir informação sobre estes grupos extremistas é reduzida.
Em relação à pergunta — porquê a Rússia? — Colin Clarke do Centro Soufan, um grupo de investigação sediado em Nova Iorque, explica que o “ISIS-K tem estado obcecado com a Rússia nos últimos dois anos, criticando frequentemente Putin na sua propaganda”.
Segundo Michael Kugelman, do Wilson Center, o grupo “vê a Rússia como cúmplice em atividades que oprimem regularmente os muçulmanos”.
O ISIS-K tem um historial de ataques, incluindo contra mesquitas, dentro e fora do Afeganistão. No início de 2024, o grupo terrorista levou a cabo dois atentados bombistas no Irão que mataram cerca de 100 pessoas, segundo as comunicações intercetadas pelos EUA, noticiou a Reuters. O grupo reivindicou a responsabilidade por um atentado suicida mortal na embaixada russa em Cabul em 2022.
Estado Islâmico reivindica ataque bombista que matou 6 pessoas na embaixada russa em Cabul