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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, vai esta semana à Jordânia, Arábia Saudita e Qatar abordar a situação em Gaza com três países que ativamente procuram uma solução para o conflito israelo-palestiniano, disse esta segunda-feira o governo de Madrid.

Sánchez, um dos líderes europeus que mais tem insistido no reconhecimento do estado palestiniano e mais tem criticado a atuação de Israel na Faixa de Gaza nos últimos meses, vai em pleno Ramadão ser recebido por líderes destes três países árabes, destacaram esta segunda-feira fontes oficiais da Moncloa (a sede do governo espanhol), em Madrid.

As mesmas fontes disseram que estes três países, por diversas vezes, já felicitaram o Governo de Espanha pelos posicionamentos que tem assumido em relação à situação no território palestiniano da Faixa de Gaza e ao conflito no Médio Oriente, na sequência do ataque de outubro do grupo islamita radical Hamas a Israel e da resposta militar de Telavive.

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Sánchez vai estar na terça e na quarta-feira na Jordânia, Arábia Saudita e Qatar, três “atores fundamentais” na região que estão envolvidos na procura de uma solução para o conflito israelo-palestiniano, disseram esta segunda-feira as fontes oficiais da Moncloa.

Espanha defende que a designada solução dos dois estados (Israel e Palestina) – o que inclui o “reconhecimento pleno” também de Israel por toda a comunidade internacional – é a única solução para acabar com um conflito de várias décadas.

Além disso, a solução passa também por uma Autoridade Palestiniana forte e revitalizada, capaz de assumir a gestão de um estado, acresceram as mesmas fontes.

Jordânia, Arábia Saudita e Qatar têm “relações bilaterais estratégicas” com os Estados Unidos – outro dos atores essenciais para a eventual resolução do conflito – e fazem parte de um grupo de países árabes que trabalha numa proposta que consiga ser uma base de entendimento e negociações.

Segundo disseram esta segunda-feira as mesmas fontes em Madrid, o objetivo de Espanha é contribuir também para a procura de uma solução e facilitar uma ponte entre os países árabes e os da União Europeia.

A Europa, para o Governo espanhol, “tem de ter um papel ativo na procura da paz”, por uma questão de princípio e humanitária, mas também por causa da sua própria segurança, não podendo permitir que haja duas guerras em regiões vizinhas (Ucrânia e Gaza).

O Governo de Madrid propôs há meses a celebração de uma conferência internacional de paz sobre o Médio Oriente, de que não desistiu e que já recebeu o apoio de 87 países, segundo a Moncloa, que considera que o momento atual é determinante, depois da recente resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas a exigir um cessar-fogo em Gaza e da declaração da semana passada do Conselho Europeu, que apelou a uma pausa humanitária imediata que conduza a um cessar-fogo duradouro.

Espanha, Malta, Eslovénia e Irlanda anunciaram, por seu turno, que estão prontos para reconhecer o Estado da Palestina e insistiram que é necessário um “cessar-fogo imediato”, indo mais longe do que o Conselho Europeu.

Na passagem pela Jordânia, além de se reunir com as autoridades do país, incluindo o Rei Abdullah II, Sánchez visitará um campo de refugiados gerido pela agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês).

A Jordânia é o país que mais acolhe refugiados palestinianos (2,4 milhões de pessoas) e a visita de Sánchez pretende sublinhar o “trabalho insubstituível” da UNRWA e a necessidade de continuar a financiar a agência, segundo a Moncloa.

Espanha é um dos países que aumentou o financiamento à UNRWA, depois de países como os Estados Unidos terem suspendido as verbas para a agência, por causa da denúncia de Israel de que 12 pessoas que trabalhavam com a organização na Faixa de Gaza participaram nos ataques de outubro do Hamas em território israelita.

A UNRWA rescindiu os contratos com as pessoas alvo de denúncia de Israel e abriu uma investigação.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque em solo israelita do grupo islamita palestiniano que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades.

A resposta de Israel, além de ter causado um nível elevado de destruição de infraestruturas em Gaza, matou cerca de 32.700 pessoas, segundo as autoridades controladas pelo Hamas.

O grupo islamita, que governa Gaza desde 2007, é considerado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.