Um primeiro comunicado a explicar de forma genérica o mesmo que tinha sido anunciado por Pinto da Costa em entrevista à SIC a propósito das operações financeiras em curso para colocar os capitais próprios quase em terreno positivo (“e em terreno muito positivo daqui a um mês ou dois”, como acrescentou), agora um segundo comunicado a detalhar um pouco mais o possível com maiores “cautelas” em torno da renegociação da dívida. Depois da suspensão das ações por parte da CMVM, a FC Porto SAD fez um esclarecimento inicial em relação ao que estava em causa mas teve depois de fazer uma missiva adicional com mais informação.
“A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem, na sequência da entrevista do seu Presidente, informar o mercado que espera fechar definitivamente o contrato com uma reputada empresa internacional, com reconhecida experiência na otimização das receitas comerciais relacionadas com grandes equipamentos desportivos, até 30 de junho de 2024. Sendo esta parceria consubstanciada na participação minoritária numa das empresas com os direitos comerciais do Grupo FC Porto, através da injeção de capital por um montante estimado entre os 60 e 70 milhões de euros, como anteriormente comunicado ao mercado, a Sociedade irá elevar assim os capitais próprios em igual montante. Mais informa que apesar de não ter ainda fechado um financiamento neste sentido, a Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD está a negociar uma reformulação a sua dívida de médio e longo prazo, num montante estimado de 250 milhões de euros, a uma taxa de juro competitiva em termos de mercado”, apontou no primeiro comunicado às 10h56.
“A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, nos termos do artigo 29º Q do Código dos Valores Mobiliários, vem, na sequência da entrevista do seu Presidente, e do comunicado feito hoje de manhã, informar o mercado que a Sociedade prevê que a assinatura do contrato com a empresa internacional venha a ser realizada durante o mês de abril, pelo que este será registado de imediato e pelo valor global (entre os 60 e 70 milhões de euros) nas contas da Sociedade, tal como permitido pelas normas internacionais de contabilidade (IFRS), ainda que o pagamento possa não ser feito de forma integral no momento da assinatura”, começou por referir no comunicado das 19h23 sobre o acordo com a Legends/Sixth Street.
“A referida parceria irá ser consubstanciada na participação minoritária, de até 30%, numa nova empresa que terá como objeto a exploração das receitas comerciais diretamente relacionadas com o Estádio do Dragão, sendo as mais relevantes o Corporate Hospitality, a bilhética, o naming do estádio e outras ainda em negociação. Uma vez que esta empresa integrará o perímetro de consolidação da FC Porto – Futebol, SAD, o valor do capital injetado será incorporado nas contas consolidadas da Sociedade. A empresa parceira do FC Porto irá receber uma parte, previsivelmente 30% a título de dividendos, do resultado gerado pelos referidos negócios, com total partilha de risco, dos quais se esperam um significativo crescimento, dada a experiência internacional que o parceiro irá aportar à estrutura comercial do Grupo FC Porto”, salientou.
“No que diz respeito a um possível novo financiamento, fruto da permanente auscultação ao mercado em busca de melhores condições financeiras, a Sociedade está ainda em fase de negociação, pelo que não pode concretizar detalhes da operação, como taxas de juro e/ou contrapartidas associadas. Nesta data não está garantido o fecho deste negócio”, acrescentou ainda a segunda missiva enviada à CMVM.
“A situação financeira hoje é melhor do que há quatro anos, quando o Luís André [Villas-Boas] assinou a minha candidatura. Agora, é melhor. Nessa altura os capitais próprios estavam muito negativos e agora estão quase positivos, daqui a um mês estão mais do que positivos. Sei o que João Koehler pensa e quer fazer para o FC Porto, é isso que me interessa. Ele vem para servir o FC Porto. O mal que fez, sabe qual foi? Quando o clube estava com um problema de tesouraria, financiou com milhões de euros que já estão pagos. Curiosamente um dos que entrou foi o senhor Luís André Villas-Boas, mas logo na primeira renovação saiu logo”, tinha referido esta segunda-feira Pinto da Costa, em entrevista à SIC.
“José Fernando Figueiredo, novo CFO? Olhe é só alguém que foi presidente do Banco de Fomento e o único português que é conselheiro do Banco Mundial. Foi uma honra ele ter aceitado. Não foi ‘olha, sais da NOS e vens para aqui’. Percebeu o projeto, reuniu-se connosco, aceitou e fiquei muito honrado com isso. Sei que têm um plano para diminuir o passivo, vai ter um financiamento de 250 milhões de euros a um juro muito mais baixo do que o nosso endividamento e tudo será apresentado. Quadrantis? O FC Porto trabalha com muita gente, só não trabalha com os portugueses. Podem dar, o Novo Banco deu ao Sporting, emprestar não”, acrescentou ainda na parte mais centrada no capítulo financeiro.