Cânticos de apoio que vinham das bancadas (e que foram constantes durante os 90 minutos, à exceção do momento em que Roger Schmidt trocou Florentino Luís por João Mário já na parte final), aplausos de todo o grupo para a bancada, alguns protestos com o árbitro João Pinheiro que começaram logo com a abordagem do próprio treinador. No terceiro dérbi da temporada, o Benfica foi melhor em quase todos os campos em termos estatísticos. Nos remates, nos cantos, nas ações com bola na área adversária, na posse. No entanto, não liderou naquilo que mais procurou, os golos. E, com isso, não evitou a eliminação na Taça.

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Ainda antes do encontro, muito se falou sobre Rafa, o avançado em final de contrato com o Benfica que foi dando nas vistas pelo Sp. Braga depois de brilhar no Feirense quando esteve perto de ser desviado para o… Sporting. É certo que em 2016, quando Jorge Jesus treinava os leões, falou-se muito sobre a hipótese de haver um “desvio” do jogador do Benfica para o Sporting quando estava prestes a ser vendido pela equipa minhota, até pelo encaixe feito pela venda de Slimani ao Leicester, mas foi em 2013 que esteve muito perto de rumar a Alvalade numa fase particularmente conturbada ainda na vida institucional do clube.

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Quando estava no Feirense, Rafa chegou mesmo a confirmar esse interesse. “Está tudo a ser tratado pelo meu empresário, que não me disse o que há de concreto. Sei que há interesse mas não há nada. Hipótese de ir para o Sporting? Era uma mudança importante, a ambição de qualquer jogador é chegar a um grande de Portugal e atingir outros patamares”, comentou o jogador à Antena 1. No entanto, os leões acabaram por chegar demasiado tarde à mesa das negociações, quando o Sp. Braga já tinha “fechado” o reforço.

Uma década depois, e apesar do jejum de golos frente ao conjunto verde e branco de quatro anos (um dos pontos pelos quais foi falado na antecâmara do dérbi, a par da possibilidade de jogar mais avançado ou nas costas de um 9 como veio mesmo a acontecer), Rafa voltou a marcar ao Sporting e fez com que os leões sejam a sua principal “vítima” em termos de carreira a par de Arouca, P. Ferreira, Famalicão e Sp. Braga, todos com seis golos sofridos do jogador. Ao todo, Rafa reforçou aquela que está a ser a melhor temporada de sempre na Luz, com um total de 19 golos (quatro na Taça) e mais 14 assistências, igualando assim aquele que era o melhor registo da carreira a nível de contribuições para golos da formação encarnada.

Apesar desse golo, que fez o 2-2 aos 63′, o Benfica voltou a falhar a presença na final da Taça de Portugal, prova onde é a equipa com mais triunfos mas que já não ganha desde 2017. Mais: com a eliminação desta noite, as águias adensaram o histórico desfavorável contra o Sporting em meias-finais da competição, com sete afastamentos em nove eliminatórias e três derrotas nas últimas três vezes que se cruzaram.

“Fizemos um bom jogo mas, infelizmente, não conseguimos ganhar. De qualquer forma demos o melhor, mas o Sporting foi mais eficaz. Agora vamos tentar vencer esse jogo do Campeonato pois o próximo é sempre o mais importante e posso garantir que vamos dar 100%. Para isso agora temos de recuperar bem. Os adeptos estiveram sempre connosco e deram-nos muita energia mas, infelizmente, não conseguimos ganhar”, comentou Fredrik Aursnes, um dos melhores do Benfica, em declarações à RTP3.