O CDS elegeu conseguiu eleger dois deputados, mas terá três governantes no novo Governo da Aliança Democrática. A Nuno Melo, que já tinha agarrado a pasta da Defesa, juntam-se Álvaro Castello-Branco, que será secretário de Estado Adjunto do líder do partido, e ainda Telmo Correia, que será secretário de Estado da Administração Interna. Os centristas têm pastas que lhes permitem seguir a tradição governativa do partido (que no tempo de Portas já tinha as tinha tido) e ainda liderar em áreas em que pode combater politicamente um dos adversários políticos da AD: o Chega.

Há um cântico do CDS, daqueles que rima, que os centristas cantam em campanha, que parecia piada há um ano: “Portugal merece, um Governo CDS”. O que é certo é que um partido que antes de 7 de novembro não tinha representação parlamentar, de repente tem dois deputados e três governantes. A subida de Melo a ministro e de Castello-Branco a secretário de Estado, respetivamente primeira e segunda indicação do CDS no círculo do Porto, também abrem espaço a que João Almeida assuma o lugar de deputado.

A Defesa é uma pasta importante para o CDS, que já a tutelou no passado e logo através do então líder, Paulo Portas. As Forças Armadas e o reconhecimento dos ex-combatentes são bandeiras dos centristas, que vão praticamente controlar o ministério da Defesa. Além de Melo e Castello-Branco também Ana Paula Xavier terá uma secretaria de Estado, mas é claramente uma tutela centrista.

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Melo terá então como número dois do ministério aquele que teve como número dois no Porto. Álvaro Castello-Branco já tinha sido deputado, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto e era atualmente vice-presidente do CDS. O advogado de 63 anos teve passagens pela comissão de Defesa da Assembleia da República, com principal destaque participação na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as consequências e responsabilidades políticas do furto do material militar ocorrido em Tancos.

O outro governante do CDS é Telmo Correia, que já tinha sido ministro do Turismo e que agora aceitou ser secretário de Estado. Esta é uma secretaria de Estado que o CDS já assumiu com outros quadros do partido como Nuno Magalhães, João Almeida ou Filipe Lobo d’Ávila. Ou seja: é uma pasta que, tradicionalmente, o CDS luta por ter. Isto porque os centristas se importam com questões como a segurança. Ter uma raposa política como Telmo Correia nesta pasta — por onde passam muitas das bandeiras e reivindicações do Chega — permite ao CDS combater politicamente André Ventura. Assim, Melo pode tentar provar a diferença entre o CDS como o que chama de “direita responsável e confiável” por oposição à direita de protesto para onde quer remeter um Chega em galopante crescimento.

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