O reitor do Santuário de Fátima considera que os 50 anos de democracia em Portugal “permitiram uma enorme transformação do país e da sociedade”, mas avisa que “há ainda muito caminho para andar”.

A “luta contra a pobreza” e a “construção de uma sociedade mais justa” são dois dos vetores em que Carlos Cabecinhas admite que ainda há muito a fazer.

No editorial do jornal oficial do santuário, Voz da Fátima, Carlos Cabecinhas aborda os 50 anos da revolução de 1974, sublinhando que a democracia trouxe “liberdade, valor maior e que se declina nas mais diversas vertentes”.

“De entre essas vertentes, não quero deixar de referir a liberdade religiosa: se a Primeira República foi essencialmente anticlerical e perseguiu explicitamente a Igreja Católica, procurando laicizar radicalmente a vida pública, o atual regime democrático, afirmando a laicidade do Estado, não deixou de reconhecer a liberdade religiosa de todos os cidadãos”, escreve o reitor no editorial.

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Segundo Cabecinhas, outro dos frutos da revolução foi “o fim da guerra nas colónias portuguesas em África”.

Podemos questionar a forma da descolonização, que não foi, de modo algum, exemplar, mas o respeito pelo direito à autodeterminação daqueles povos só pode ser avaliado positivamente, tal como o fim da guerra colonial”, adianta o sacerdote.

Também o “estado social” é relevado por Carlos Cabecinhas como uma das conquistas do 25 de Abril. “É forçoso reconhecer o papel fundamental do Estado na defesa dos mais pobres e desfavorecidos, segundo o princípio da subsidiariedade, defendido pela Doutrina Social da Igreja”.

O reitor do maior santuário nacional sublinha, ainda, que os últimos 50 anos significaram “um notável crescimento de Fátima e da difusão da sua Mensagem por todo o mundo”.