Um grupo de jovens invadiu esta sexta-feira as instalações do Ministério do Ambiente, em Lisboa, para reivindicar o “fim ao fóssil até 2030”. De acordo com um comunicado enviado pelo movimento Greve Climática Estudantil, o grupo de jovens está a fazer “um protesto de sit in no átrio do edifício, sentados no chão e unidos por tubos de metálicos”.
Segundo a nota, os estudantes recusam sair do edifício enquanto a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, não se comprometer “a garantir o fim aos combustíveis fósseis até 2030”. Os jovens dizem ter consigo um plano para apresentar à governante no qual traçam um caminho para garantir uma “transição justa”, dentro dos “prazos da ciência”.
Trata-se, de acordo com o grupo, de um relatório da campanha “Empregos para o Clima” e integra uma proposta que “procura responder às crises climática e social de uma forma justa e compatível com a ciência climática”.
“Produzido por um trabalho coletivo de académicos, sindicalistas e ambientalistas, [o relatório] defende e demonstra como é possível reduzir as emissões nacionais de gases com efeito de estufa em 80-90%, criando 200 mil a 250 mil novos postos de trabalho”, dizem. O documento já tinha sido entregue, noutras ações de protesto, a outros governantes e nas sedes dos partidos políticos.
Além do protesto no interior do edifício, também no exterior havia “dezenas de estudantes” em protesto. De acordo com o grupo, esses estudantes foram “abordados por dezenas de polícias e forçados a entrar na garagem do edifício”.
Citada no comunicado do grupo, a estudante de medicina Teresa Núncio diz que não resta “outra opção” aos jovens. “A ONU ainda esta semana avisou que temos dois anos para criar e começar a implementar os planos necessários. Mas o governo continua sem ter um plano para garantir o fim ao fóssil nos prazos da ciência. Mesmo depois de já lhes termos várias vezes apresentado um plano de como o podem garantir”, diz a jovem.
“Não podemos consentir com a nossa condenação por um governo que se recusa a enfrentar a realidade climática”, acrescentou. “Se até agora nos têm ignorado, não temos escolha senão ir diretamente às instituições de poder, de forma a que não nos possam ignorar. Não agir era consentir com a nossa condenação em nome do lucro.”
De acordo com o comunicado dos estudantes pelo clima, será organizada uma “marcha combativa por justiça climática” no dia 8 de junho, junto ao Gabinete de Representação do Parlamento Europeu em Portugal, que representa a “inação das instituições europeias em lidar com a maior crise que a humanidade já enfrentou”.