Ativistas do movimento Climáximo alteraram durante a noite desta sexta-feira cerca de uma dezena de cartazes publicitários de paragens de autocarro do Cais do Sodré e da Praça da Figueira, em Lisboa, em protesto contra a publicidade das companhias aéreas, reinvidicando um espaço público livre de fósseis, avançam em comunicado ao qual o Observador teve acesso.

“Espaço público livre de combustíveis fósseis”, “Mais aeroportos: viagens com destino ao colapso climático”, “Novo destino: voo direto para o caos climático” e “Fim à publicidade de combustíveis fósseis” são as mensagens que espalharam pela cidade de Lisboa. O Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP), contactado pela Lusa, afirmou não ter tido até ao momento conhecimento do protesto.

No âmbito da Semana de Ações Internacionais contra a publicidade, o patrocínio e o greenwashing das companhias aéreas, os apoiantes do Climáximo reinvindicam, com esta ação de protesto, “parar imediatamente todos os voos desnecessários, em particular Lisboa – Porto; parar toda a publicidade e patrocínios que legitimizam o mercado fóssil em todos os espaços públicos; uma redução drástica da indústria da aviação; e o cancelamento do novo aeroporto, por ser um projeto, como qualquer projeto que aumente emissões, de morte e de colapso climático.”

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A organização defende que “o governo e as empresas de Portugal e de todo o mundo continuam a lucrar da crise climática, a planear novos projetos para nos matar, e a tentar enganar as pessoas com o greenwashing aos seus produtos”.

Alega que “fazem isto apesar de saberem que os seus atos estão a condenar milhões de pessoas à morte e miséria todos os anos” e que “enquanto eles saem impunes pelos seus crimes contra a humanidade, quem luta pela vida e resiste pacificamente contra a destruição de tudo o que importa vai, nas vésperas do 25 de Abril, ser julgada e possivelmente condenada a 1 ano de prisão”, declarou a porta voz do movimento, Leonor Canadas, no comunicado.

Onze apoiantes do movimento vão começar a ser julgadas no dia 22 de abril pelo bloqueio da Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, em dezembro de 2023. O julgamento vai decorrer no Campus de Justiça nos dias 22, 23 e 34 de abril e ao longo dos três dias o Climáximo vai organizar as “Assembleias de Abril” em solidariedade para com as ativistas.