Um assessor de um eurodeputado alemão foi detido sob suspeita de espionagem para a China, disseram esta terça-feira procuradores federais da Alemanha.
O suspeito, identificado apenas como Jian G., de acordo com as regras de privacidade alemãs, foi detido na segunda-feira na cidade de Dresden, disseram os procuradores num comunicado. O Ministério Público alemão não adiantou o nome do eurodeputado especificou para quem Jian G. estava a trabalhar desde 2019.
Entretanto, a revista alemã Der Spiegel informou que se trata do eurodeputado Maximilian Krah, da Alternativa para a Alemanha (AfD – de extrema-direita), que é o principal candidato desse partido para as eleições ao Parlamento Europeu marcadas para o início de junho.
Jian G. é acusado de trabalhar para os serviços de informação chineses e de ter transmitido repetidamente informações sobre negociações e decisões no Parlamento Europeu em janeiro. Os procuradores alegam que o assessor também espiou dissidentes chineses na Alemanha.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, classificou esta terça-feira, através de um comunicado, a detenção do alegado espião chinês como “extremamente séria“.
“Se se confirmar que os serviços de informação chineses espionaram o Parlamento Europeu a partir de dentro, seria um ataque à democracia europeia”, sublinhou Nancy Faeser, após o anúncio da detenção deste suspeito. “Qualquer pessoa que empregue esse tipo de funcionário também tem responsabilidade”, acrescentou a ministra alemã.
“Este caso deve ser esclarecido com precisão (…), todas as conexões e antecedentes devem ser esclarecidos”, referiu Nancy Faeser.
A notícia da detenção foi divulgada um dia depois de três alemães terem sido detidos, num caso separado de Jian G., por suspeita de espiarem para a China e de organizar a transferência de informações sobre tecnologia com potencial uso militar.