A Tesla registou nos primeiros três meses de 2024 o seu pior trimestre dos últimos anos, com as vendas a caírem 8,5%, o que fez tropeçar a facturação 9%, os lucros brutos 18% e os lucros EBITDA 21%. Mas isso não impediu uma subida de 18,8% no valor das acções, desde o anúncio dos resultados financeiros, a 23 de Abril.

Mesmo conhecendo a quebra registada ao nível das vendas no primeiro trimestre, anunciada no princípio de Abril, os analistas previam uma facturação de 22,22 mil milhões de dólares, o que corresponderia a uma distribuição de 0,49 cêntimos por acção. Mas a realidade não foi tão optimista, com a facturação a ficar limitada a 21,301 mil milhões, o que rendeu a cada um dos 3,16 mil milhões de títulos apenas 0,45 cêntimos.

O mais curioso é que, mesmo depois de anunciar os piores resultados financeiros de sempre, a Tesla conseguiu um aparente “milagre” por parte do Nasdaq, ao ver os seus títulos subirem entre 23 de Abril, a data do anúncio dos resultados e o dia de hoje. A explicação fica a dever-se ao facto de os mercados darem menos importância à quebra dos resultados e das vendas do que aos anúncios de Elon Musk, o CEO da marca, que aproveitou a reunião com os accionistas para avançar com novidades relacionadas com o lançamento para breve de veículos eléctricos mais baratos e uma enorme aposta da Tesla na Inteligência Artificial.

Os dados revelados pelo construtor durante a conversa com os accionistas permitiram ainda perceber que a margem de lucro operacional está nos 5,5%, abaixo da registada nos dois últimos trimestres (8,2% e 7,6%, respectivamente no 4.º e 3.º trimestres de 2023), enquanto a margem de lucro EBITDA está nos 15,9%. Os elementos fornecidos revelam ainda que o construtor norte-americano tem actualmente uma capacidade instalada superior à que se pensava, uma vez que globalmente aponta para uma produção de 2.350.000 unidades/ano. Entre estes, 100.000 são Model S e X, 125.000 são Cybertruck, com os restantes 2.125.000 a ficarem a cargo dos Model 3 e Y, oriundos das fábricas da marca em Xangai, Califórnia, Berlim e Texas.

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