As relações entre Portugal e Angola “estão no seu melhor”, disse esta sexta-feira o Presidente angolano no final de um encontro com o primeiro ministro português. “Temos a obrigação de não nos sentirmos satisfeitos, queremos sempre mais e mais e mais das relações entre os dois países, e é uma ambição recíproca, de Angola e Portugal”, sublinhou João Lourenço.

O Chefe de Estado angolano aproveitou para dizer que Angola vai apoiar a candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para 2027-2028. “Como é óbvio, Angola vai apoiar essa mesma candidatura”, garantiu.

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Por seu turno, Luís Montenegro referiu que a presença de Lourenço esta sexta-feira em São Bento “teve um grande significado que vai continuar a perceber-se nos próximos meses e no próximo ano quando se celebrarem os 50 anos da independência de Angola”.

O primeiro-ministro português, nesta declaração conjunta aos jornalistas, sem direito a perguntas, sublinhou que a “cooperação bilateral vai manter-se” e que o “Governo de Portugal vai manter o percurso de relação próxima entre os dois governos em diversas áreas, como a cultura, a educação, e a economia”.

Os dois políticos sublinharam o início dos trabalhos da “comissão mista intergovernamental” que vai dar “sequência ao programa estratégico de cooperação”, disse Montenegro que prometeu ainda apoiar Angola no quadro da relação com a União Europeia, a ONU, a CPLP e o G20.

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As delegações dos dois países acertaram ainda a realização de uma reunião da comissão mista intergovernamental em breve em Lisboa, “que vai entre outras coisas preparar a visita a Luanda do primeiro-ministro, Luís Montenegro”.

Sem nunca referir a guerra na Ucrânia, o Presidente angolano, que anunciou a visita de Montenegro a Angola já em julho, manifestou o interesse em aliar posições “nas questões de política internacional que preocupam o mundo e Portugal”.

Nenhum dos dois aludiu à questão da reparação por parte de Lisboa dos crimes cometidos na época colonial que Marcelo preconizou há dois dias.

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