A ministra da Defesa, Helena Carreiras, rejeita que uma eventual mudança de Governo possa afetar a candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança da ONU, considerando que será dada continuidade a esse objetivo.

Questionada pela Lusa na segunda-feira sobre a possibilidade de uma mudança de Governo perturbar a candidatura de Portugal a um lugar de membro não permanente no Conselho de Segurança em 2027-2028, Helena Carreiras respondeu: “Não, não creio”.

“Tem havido uma grande estabilidade e um grande consenso político no país sobre esta nossa participação internacional em missões e sobre a nossa presença nas Nações Unidas. E, nesse sentido, creio que qualquer que seja o Governo prosseguirá com o mesmo objetivo de conquistar o lugar no Conselho e ter voz nesse Conselho num momento tão exigente e tão desafiador como aquele em que vivemos”, defendeu a ministra na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, onde inaugurou uma exposição sobre os 65 anos de participação de Portugal em missões e operações de paz da ONU.

A eleição em causa para o Conselho de Segurança – um dos órgão mais importantes das Nações Unidas, cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional – acontece em 2026, para o biénio 2027/2028.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Portugal tem como adversários diretos a Alemanha e a Áustria, numa disputa pelos dois lugares de membros não permanentes atribuídos ao grupo da Europa Ocidental e Outros Estados.

A candidatura foi formalizada em janeiro de 2013 e as eleições para o referido mandato realizam-se durante a 81.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 2026, ano em que António Guterres termina o segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU.

Portugal já foi membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU por três vezes: em 1979-1980, 1997-1998 e 2011-2012.

A Alemanha, que ambiciona um assento permanente no Conselho de Segurança, já integrou o órgão por seis vezes, a mais recente em 2019-2020, e a Áustria conseguiu ser eleita em três ocasiões.