Harvey Weinstein será novamente julgado em Nova Iorque, informou o Ministério Público de Manhattan esta quarta-feira, uma semana depois de o Supremo Tribunal ter anulado a sua condenação por violação em 2020. O produtor de Hollywood foi acusado de crimes sexuais, num dos casos mais mediáticos que envolveram o movimento #MeToo nos EUA.
O procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, citado pelo The Guardian, afirmou, através de funcionários do seu gabinete, que a sua equipa está determinada a voltar a julgar o caso contra o magnata do cinema. Juristas ouvidos pelo jornal inglês dizem que o processo pode ser longo e que depende do facto de as mulheres acusadas de agressão estarem dispostas a testemunhar novamente. Uma das vítimas, Mimi Haley, disse na sexta-feira que ainda está a considerar se irá testemunhar em qualquer novo julgamento.
No processo de Nova Iorque, que foi agora anulado, Weinstein foi condenado por violação em terceiro grau e outros crimes de abuso sexual. Declarou-se inocente e afirmou que as atividades sexuais eram consensuais.
Segundo avançou o The New York Times na quinta-feira passada numa maioria de 4/3 os juízes consideraram que o magistrado que presidiu ao caso de Weinstein cometeu um erro crucial, permitindo que os promotores chamassem como testemunhas uma série de mulheres que disseram que o antigo produtor de Hollywood as agrediu. No entanto, os juízes consideram que Weinstein foi julgado não apenas pelos crimes nesses testemunhos, mas também por comportamentos anteriores.
Citando essa decisão e outras que identificou como erros, o tribunal de recurso determinou que Weinstein não teve direito a um julgamento justo. Segundo os juízes, Harvey não foi julgado apenas pelos crimes pelos quais foi acusado, mas por grande parte do seu comportamento noutras situações.
O antigo produtor foi condenado em Los Angeles, em 2022, por outra violação, na sequência da qual terá de cumprir mais 16 anos de prisão na Califórnia.