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Os rebeldes iemenitas houthis ameaçaram esta sexta-feira alargar o seu raio de ação para punir Israel pela sua ofensiva na Faixa de Gaza e atacar navios no Mar Mediterrâneo, embora se ignore se teriam essa capacidade.
Um porta-voz militar destes rebeldes, Yahya Sarea, anunciou numa declaração o início formal da “quarta fase” da ofensiva, que tem estado ligada aos preparativos das Forças de Defesa de Israel (IDF) para lançar um ataque em grande escala na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde se concentram mais de um milhão de palestinianos.
Alegando “intransigência dos inimigos israelitas e americanos”, os houthis afirmam-se dispostos a continuar a atacar os navios que navegam ao largo do Iémen e alargar a sua ação ao Mediterrâneo e “qualquer área acessível”, segundo a mensagem divulgada pela agência iemenita Saba.
Os houthis reservam-se ao direito de bloquear a passagem, “dentro da sua zona de operações”, de navios ligados de alguma forma a Israel, “independentemente do seu destino”.
Da mesma forma, o porta-voz indicou que serão adotadas medidas “mais contundentes” caso a “agressão” de Israel persista.
Os rebeldes, aliados do Irão e que controlam grande parte do Iémen, justificam os seus ataques no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo, com a tentativa de pressão sobre Israel, com vista a pôr fim à guerra contra o grupo palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, que já matou mais de 34 mil pessoas no enclave.
O conflito começou após militantes liderados pelo Hamas atacarem Israel em 7 de outubro, matando quase 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 outras como reféns.
Desde novembro, os houthis já lançaram mais de 50 ataques a navios, apreenderam uma embarcação e afundaram outra, segundo a Administração Marítima dos Estados Unidos.
Os ataques diminuíram nas últimas semanas, à medida que os rebeldes foram alvo de uma campanha de bombardeamentos aéreos liderados pelos Estados Unidos no Iémen, mas o transporte marítimo através do Mar Vermelho e do Golfo de Aden diminuiu devido às ameaças.